Em Outubro de 2010, publiquei neste mesmo blog o poema que aqui faço regressar hoje. Errar foi o seu título. Hoje, pretendo usá-lo como contraponto ao poema ontem aqui publicado, pelo que para esse efeito lhe atribuí um novo título: Poema da verdade prática.
Não deixes que os teus dedos
se percam
nas harpas da tristeza,
como folhas de outono
Dá-lhes o calor dos teus erros
a pele azul do sonho
o sabor tão relativo
das tuas verdades
Engana-te generosamente
a favor de um mundo melhor,
tropeça na realidade sem inibições,
colhe o impossível sem pudor
a favor de um mundo melhor,
tropeça na realidade sem inibições,
colhe o impossível sem pudor
Nas arcas do sofrimento
não cultives as lágrimas
no exílio da alegria
não cedas ao desespero
Se a revolta subir
ao longo dos teus braços,
dá-lhe todas as asas,
vai com ela
Que nas cidades justas
do futuro,
entre os que enfim
se olharem inteiros e libertos,
alguém possa dizer sobre ti:
enganou-se,
mas era nosso irmão
[ Rui Namorado]
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