sábado, 18 de fevereiro de 2012

MÚSICA AO LONGE.

Como misteriosa música, ainda ao longe, vai emergindo lentamente por entre os ruídos chãos do dia a dia, uma esgrima ainda discreta, entre nomes que podem aspirar a ser eleitos, para a próxima liderança concelhia do PS em Coimbra. Uns firmes, quase se podem garantir como certos, outros cobrem-se apenas de um sólido talvez, outros, tocando com subtileza a harpa da ponderação, fazem questão de hesitar.

Receia-se a chegada dos deuses das pequenas guerras.

Em conversas graves, tudo isso se mistura para mais com uma estranha alquimia, através da qual parece procurar-se um candidato que nas próximas autárquicas faça com que o PS, finalmente, regresse à glória.

Pé ante pé, as palavras percorrem já frases solidamente medidas, rodeando Coimbra de carinho, futuro e apreço. A coisa é séria. Disponibilidades, modernas e antigas, inesperadas e previstas, regressam subitamente ao sol do meio-dia, embora protegendo-se com cuidado do risco de se confundirem com o alarde dos sôfregos.

Experimentados cérebros de políticos ladinos procuram afanosamente dar à solução que preferem a imagem que a faça parecer um “clic” salvador.

Por mim, apenas me sinto preocupado com uma pequena inércia . Uma inércia esotérica neste cenário carregado de promessas de movimento: o silêncio que teima em descer sobre as eleições primárias como método de escolha do candidato do PS.


Primárias, para que o candidato do PS seja fruto da vontade democrática de muitos; e não um resultado forjado pelas alquimias subtis de poucos, em conversas mais ou menos rumorosas ou em episódios de corredor com luzir de adagas.

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