Ontem, falei aqui nos estudantes de Coimbra expulsos no decorrer da crise académica de 1962, tendo também mencionado um punhado de nomes de que me recordei entre os estudantes de Lisboa também expulsos. A atenção vigilante do Artur Pinto levou-o a colmatar a minha lacuna de memória, enviando para este blog um comentário ao referido texto, do qual constam os nomes dos colegas de Lisboa então expulsos. Vou transcever na íntegra esse comentário:
"Meu caro, aqui vai a lista dos expulsos de Lisboa com alguns exemplos das razões da expulsão
António Ribeiro,
José Garibaldi ,
Mário Sotto-Mayor Cardia,
João Carlos Passo Valente,
Eurico Figueiredo,
Manuel Valentim Alexandre,
Eugénio Pinto Basto,
António Correia de Campos,
Nuno Brederode Santos,
João de Freitas Rego Santos,
António Rego Chaves,
Augusto José Amorim,
José Luís Boaventura,
Abílio Teixeira Mendes,
José Marques Felismino,
Manuel da Silva Tavares,
António Montez,
Isabel Vila Maior,
António da Cruz Rato,
António da Conceição Bento,
José Emílio Calvário
Abílio Teixeira Mendes: expulso por trinta meses da UL por ter sido um dos dirigentes associativos da academia de Lisboa que maior actividade desenvolveu no movimento estudantil de 1962 e “por ter comparecido na maioria dos plenários feitos em Lisboa, incitando sempre a massa académica à luta”.
António Manuel Dias da Conceição Bento: expulso por trinta meses por ser um dos alunos encontrados nas instalações da UL na evacuação feita pela PSP durante a greve de fome e por ser um dos responsáveis pelo movimento de 1962.
Augusto José Carvalho de Amorim: expulso por trinta meses da UL por ter sido identificado pela PSP a 3 de Dezembro de 1961 enquanto tomava parte numa manifestação hostil na inauguração da Reitoria da UL, por ter participado na greve da fome e por ser um dos responsáveis pela agitação de 1962.
Eugénio Barata Pinto Basto: expulso por trinta meses da UL por ter participado na manifestação de hostilidade levada a efeito a 31 de Dezembro de 1961 por vários estudantes da UL na inauguração da Reitoria em frente do Presidente da República e por ter sucessivamente aderido à greve de fome".
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Repito o que disse ontem, a propósito dos nomes dos estudantes de Coimbra expulsos: é uma grande honra estar nestas listas. O fascismo certificou-nos para sempre como seus inimigos. Julgando que nos esmagava, elevou-nos. É a subtil ironia da História. Mas esta honra só é na verdade imensa, porque não estamos nelas a título individual. Estamos nelas, em nome de todos. Fomos nós, podiam ter sido outros. Por isso, sendo umas dezenas, sentimo-nos como se fossemos milhares.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
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