sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MARIONETES PERIGOSAS

Um pequeno conjunto de marionetes da vulgata neoliberal apossou-se de algumas alavancas do poder político em Portugal. É mau. Mas o pior é que na Europa, no FMI, no Banco Central Europeu, na OCDE e na OMC, dominam os respectivos mestres.

Pela verdura, quase ingénua, que os envolve, aqueles portugueses pequenos levam a sério todos os lugares-comuns ideológicos com que os empanturraram. Os mestres vêem nesses lugares comuns um simples veículo, usado para legitimar a prossecução dos interesses parcelares que representam, bem como para a sedução enganosa das vítimas; mas, sabem também, que deve ser usado com a relatividade com que se recorre às ideologias. As nossas marionetes, pelo contrário, sugaram ferozmente as trivialidades economicistas de que estão possessos, embriagando-se com elas. Agora, ajoelham perante elas, tomando-as por cientificas. E aplicam-nos cegamente como se fossem mandatos divinos.

A realidade imprudente desobedece. E as marionetes até podiam ter o lampejo de arrepiar caminho. No entanto, possuídas por uma fé perigosa e inabalável, baixam a cabeça e investem contra ela. Os mandantes dão-lhes meia dúzia de rebuçados, fazem-lhe pequenos agrados, sorriem com bonomia perante a sua fidelidade canina e lá continuam a demolir, discreta mas persistentemente, o que resta do sonho europeu.

Esses adolescentes políticos vão acumulando displicências e dislates. Deram-lhes o poder político, confundem-no com um jogo de guerra. Deram-lhes uma enorme responsabilidade e eles imaginaram-se protagonistas de uma aventura de fim de semana.


A realidade indiferente segue a sua marcha desregulada, os mestres europeus vão sendo reduzidos a uma substância mole e pegajosa que escorre ao longo dos problemas sem os resolver. Ora, acontece que isto, que pode parecer pouco, é um drama humano pungente para milhões de pessoas. E o respectivo sofrimento é, ainda por cima, dia após dia enxovalhado, miseravelmente, por uma corte de políticos reaccionários e de tecnocratas imbecis. Idiotas, que falam nos massacres sociais com que mimoseiam essas vítimas, como corajosas acções políticas de que se podem vangloriar. É, na verdade, de uma enorme miopia politica, aliás eticamente bem rasteira, que os próprios agressores descrevam as agressões sociais que cometem como actos de coragem. E tudo isso, muitas vezes, temperado por um sorriso alvar, envolvido pela indiferença indecorosa dos mandantes. E, para enlamear , por completo, a conjuntura mencione-se aquiescência pastosa de muitos profissionais da comunicação social, que consentem ser reduzidos a um papel de simples rafeiros, ao serviço de quem suga e atropela os cidadãos, escarnecendo do povo.

Pode ser que o imprudente cinismo reinante não consiga empurrar os povos europeus para uma devastadora rebelião generalizada, mas seguramente que ele não se inclui entre os factores que podem contribuir para a evitar.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O VIZINHO ALEMÃO

Uma boa parte das tragédias históricas, duramente escritas com sangue, tiveram nas suas raízes anátemas ou preconceitos, que envolveram povos inteiros. Mas dentro desses povos, seguramente, (e pelo menos) uma boa parte nada fez para que existissem os motivos ou os pretextos que estiveram na base desses anátemas e dessas guerras. Porém, os vendavais não têm reconhecido os culpados.

Assim, um inestimável mérito da construção europeia foi o de ter diminuído drasticamente essas crispações, tantas vezes agudizadas por repetidas guerras, entre os povos que se envolveram nelas.

Nos dias que correm, a vozearia ideológica dominante nos centros de poder europeus tem falado muito numa alegada ligeireza dos europeus do sul, marcados por um hedonismo desbragado que teria levado a Europa às agonias da crise. Essa lenda, que pareceu casar-se minimamente com os factos num primeiro tempo, logo se afastou deles e mais se vai afastando, a cada dia que passa.


Os europeus do sul podem ter sido escolhidos como primeiro alvo por serem relativamente mais fracos no plano económico, mas não por terem infringido, grosseira e injustificadamente, as regras da arte e o consenso europeu. Os europeus do sul, como humanos que são, nem sempre terão seguido os caminhos mais certos, mas não foram os seus erros próprios o que mais contribuiu para as dificuldades que vivem, hoje. Na verdade, é de meridiana evidência que, se há uma força propulsora da crise vivida na Europa, ela está na incapacidade política das lideranças europeias e, em particular, no egoísmo nacionalista dos países mais poderosos, com especial destaque para a Alemanha.

É precisamente isto que torna mais grave a sucessão de atitudes de dirigentes políticos alemães que têm reflectido um dramático regresso a um tempo de preconceitos intra-europeus, em que os povos se combatiam cegamente numa espiral perversa. Para os alemães, os europeus do Sul, e muito particularmente os gregos, são gente de terceira classe, indolente e pouco confiável, sofregamente, à espera do seu ouro.

Ora, acontece que esses povos do sul, e por exemplo os gregos, sofreram, não há muitas décadas, uma brutal e devastadora agressão de invasores alemães. Por isso, se virmos bem, eticamente, talvez os alemães devam aos gregos muito mais do que aquilo que agora regateiam emprestar-lhe.

É claro, que qualquer cidadão do mundo minimamente esclarecido, seja ele ou não europeu do sul ou do norte, nunca deixará esvair-se na sombra do nazismo a inestimável claridade da cultura alemã, dos seus filósofos, dos seus músicos, dos seus escritores. Por mais que os ofendam, com a sua pequenez, os actuais políticos alemães, os expoentes maiores dessa cultura irão sempre ao nosso lado como irmãos e como guias.

Mas os actuais “panzers” da política menor, com seu insalubre hálito de uma usura estreita, têm que que perceber em que vespeiro estão a cutucar, quais os fantasmas que podem despertar, quais os demónios a que estão a abrir uma porta tão custosamente fechada. E bastaria que se lembrassem do que, não há muito tempo, aconteceu aquando da reunificação alemã. Apesar dos graves problemas que ela podia suscitar, no plano económico também, mas principalmente no delicado plano das relações de força dentro da União Europeia, os parceiros da Alemanha souberam acolher sem egoísmo a novidade. Compreenderam bem o que estava em jogo, simbólica e historicamente, tendo tratado a questão com fraternidade, mesmo sabendo o que havia de estruturalmente imprevisível na nova situação. Por isso, se agora a Alemanha fosse generosa não estaria, ainda assim, a ir além da reciprocidade.

Para mais, ao contrário do que possa parecer, para uma média potência mundial sem espaço de irradiação linguística, sem território, sem população que a possam puxar mais para cima, a força da Alemanha só pode firmar-se, diluindo-se subtilmente numa Europa, onde objectivamente pesará sempre muito. Em contrapartida, será essa Europa a não resistir a uma recaída imperial da Alemanha, mesmo que ela se processe pelas melífluas vias de um economicismo neoliberal.


Não resistirá. No entanto, se a Alemanha dispuser de suficiente inteligência política nas suas lideranças , talvez perceba que a generosidade e uma demonstração inequívoca de não querer ser mais do que um povo entre muitos, são um caminho seguro para uma proeminência natural e bem acolhida numa Europa fraterna. É, por isso, que o paroquialismo político da direita alemã, actualmente no poder, correndo o risco de ser fatal par a Europa a curto prazo, trará um enorme prejuízo para a Alemanha, a médio e longo prazo.

Aliás, a vida política oferece amiúde factos inesperados que são verdadeiros artefactos de uma saborosa ironia. É que, foi em pleno festival de menosprezo pelos europeus do sul, coloridamente soprado pelos ventos de Berlim, que o Presidente da República da Alemanha se viu obrigado a demitir-se por um potencial pecado, bem menos recomendável do que os que são imputados aos hedonistas do sul. Pensem, por um momento, no que diria a Srª Merkl, e os seus pretorianos teutões, se o Presidente da República da Grécia se tivesse demitido por um motivo idêntico. Isto, para já não falar nos ascéticos mercados… Pelo contrário, os “bárbaros” do sul tiveram a elegância de quanto a isso não dizer nada.

Enfim, não bastará que a Alemanha se emende e que o Partido Popular Europeu se recorde, ainda que vagamente, da sua raiz cristã, para que o sol nasça de novo na Europa, mas sem que pelo menos isso ocorra, corremos o risco de cair numa espécie de inóspita terra de ninguém, donde não será fácil sair.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

CARNAVAL DE 2012

Nestes ruas de cor que nos percorrem,
algo leva, por dentro, muitas máscaras

são às vezes sinais, contentamentos,
que de tudo se mostram descuidados

uma bruxa sorri eternamente, ao lado
da tristeza de um palhaço

há um dente que cresce, cresce sempre,
e o dente vai morder, seguramente

São máscaras, são gestos, sãos trejeitos
fazendo em cada rua um Carnaval

um aroma caído, um pó de espanto,
uma corneta com a voz de um pranto

Chegam depois os filhos do diabo
na luxúria dos corpos que se enlaçam

e agora um cardeal traz a bênção,
inútil, untuosa, densa, fria

A rainha vai nua, a rebolar-se
num samba que ameaça explodir

e o rei sofre o peso de um almoço
no hálito festivo da cachaça

A mão deste coelho não tem fim
mais, sempre mais fundo, em cada bolso

um cavaco andrajoso pede esmola
e traz uma verruga no nariz

Feliz a terça-feira deste Entrudo
fecha o cortejo nua e proibida

e há ainda esta garrafa de mau cheiro
que nos troika o nariz e o dinheiro

Mas ninguém nos arranca deste dia
ninguém há-de pisar a gargalhada

que aqui guardamos firme, desbragada,
para sermos os últimos a rir.


[Rui Namorado]

sábado, 18 de fevereiro de 2012

MÚSICA AO LONGE.

Como misteriosa música, ainda ao longe, vai emergindo lentamente por entre os ruídos chãos do dia a dia, uma esgrima ainda discreta, entre nomes que podem aspirar a ser eleitos, para a próxima liderança concelhia do PS em Coimbra. Uns firmes, quase se podem garantir como certos, outros cobrem-se apenas de um sólido talvez, outros, tocando com subtileza a harpa da ponderação, fazem questão de hesitar.

Receia-se a chegada dos deuses das pequenas guerras.

Em conversas graves, tudo isso se mistura para mais com uma estranha alquimia, através da qual parece procurar-se um candidato que nas próximas autárquicas faça com que o PS, finalmente, regresse à glória.

Pé ante pé, as palavras percorrem já frases solidamente medidas, rodeando Coimbra de carinho, futuro e apreço. A coisa é séria. Disponibilidades, modernas e antigas, inesperadas e previstas, regressam subitamente ao sol do meio-dia, embora protegendo-se com cuidado do risco de se confundirem com o alarde dos sôfregos.

Experimentados cérebros de políticos ladinos procuram afanosamente dar à solução que preferem a imagem que a faça parecer um “clic” salvador.

Por mim, apenas me sinto preocupado com uma pequena inércia . Uma inércia esotérica neste cenário carregado de promessas de movimento: o silêncio que teima em descer sobre as eleições primárias como método de escolha do candidato do PS.


Primárias, para que o candidato do PS seja fruto da vontade democrática de muitos; e não um resultado forjado pelas alquimias subtis de poucos, em conversas mais ou menos rumorosas ou em episódios de corredor com luzir de adagas.

AINDA A CRISE ACADÉMICA DE 1962 - estudantes de Lisboa expulsos

Ontem, falei aqui nos estudantes de Coimbra expulsos no decorrer da crise académica de 1962, tendo também mencionado um punhado de nomes de que me recordei entre os estudantes de Lisboa também expulsos. A atenção vigilante do Artur Pinto levou-o a colmatar a minha lacuna de memória, enviando para este blog um comentário ao referido texto, do qual constam os nomes dos colegas de Lisboa então expulsos. Vou transcever na íntegra esse comentário:


"Meu caro, aqui vai a lista dos expulsos de Lisboa com alguns exemplos das razões da expulsão

António Ribeiro,
José Garibaldi ,
Mário Sotto-Mayor Cardia,
João Carlos Passo Valente,
Eurico Figueiredo,
Manuel Valentim Alexandre,
Eugénio Pinto Basto,
António Correia de Campos,
Nuno Brederode Santos,
João de Freitas Rego Santos,
António Rego Chaves,
Augusto José Amorim,
José Luís Boaventura,
Abílio Teixeira Mendes,
José Marques Felismino,
Manuel da Silva Tavares,
António Montez,
Isabel Vila Maior,
António da Cruz Rato,
António da Conceição Bento,
José Emílio Calvário

Abílio Teixeira Mendes: expulso por trinta meses da UL por ter sido um dos dirigentes associativos da academia de Lisboa que maior actividade desenvolveu no movimento estudantil de 1962 e “por ter comparecido na maioria dos plenários feitos em Lisboa, incitando sempre a massa académica à luta”.

António Manuel Dias da Conceição Bento: expulso por trinta meses por ser um dos alunos encontrados nas instalações da UL na evacuação feita pela PSP durante a greve de fome e por ser um dos responsáveis pelo movimento de 1962.

Augusto José Carvalho de Amorim: expulso por trinta meses da UL por ter sido identificado pela PSP a 3 de Dezembro de 1961 enquanto tomava parte numa manifestação hostil na inauguração da Reitoria da UL, por ter participado na greve da fome e por ser um dos responsáveis pela agitação de 1962.

Eugénio Barata Pinto Basto: expulso por trinta meses da UL por ter participado na manifestação de hostilidade levada a efeito a 31 de Dezembro de 1961 por vários estudantes da UL na inauguração da Reitoria em frente do Presidente da República e por ter sucessivamente aderido à greve de fome".

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Repito o que disse ontem, a propósito dos nomes dos estudantes de Coimbra expulsos: é uma grande honra estar nestas listas. O fascismo certificou-nos para sempre como seus inimigos. Julgando que nos esmagava, elevou-nos. É a subtil ironia da História. Mas esta honra só é na verdade imensa, porque não estamos nelas a título individual. Estamos nelas, em nome de todos. Fomos nós, podiam ter sido outros. Por isso, sendo umas dezenas, sentimo-nos como se fossemos milhares.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A CRISE ACADÉMICA DE 1962

Reunião entre estudantes de Lisboa e Coimbra, alguns meses antes da eclosão da Crise de 62. Só consigo identificar alguns: Jorge Aguiar (Coimbra) no uso da palavra; sentado do seu lado direito, Jorge Sampaio (Lisboa); de camisa preta, encostado á parede, Afonso de Barros (Lisboa);de capa e batina , com lacinho, José Augusto Silva ( Coimbra - República dos Pyn-Güyns).



Vão comemorar-se em março os cinquenta anos da crise académica de 1962, cujo epicentro foi Lisboa, mas que teve importantes reflexos em Coimbra.

Acabo de remeter para os organizadores, respondendo a um pedido geral, um documento com a identificação dos estudantes da Universidade de Coimbra que foram expulsos. A primeira parte do documento transcreve um original que tenho em meu poder. Acrescentei-lhe depois um breve cometário e um pequeno aditamento. Eis a respectiva transcrição:

Crise Académica de 1962
Documento

"Em Maio de 1962, foi publicado o comunicado que abaixo se transcreve :

Sem comentários!

À UNIVERSIDADE, AOS MESTRES E AOS ALUNOS COMUNICA-SE:
Por decisão ministerial foram punidos os colegas:


1º - Acusados de organizarem o I Encontro nacional da Estudantes , cuja responsabilidade a Assembleia Magna da Academia assumiu,
a) Com dois anos de exclusão de frequência de todas as escolas nacionais:
- José Augusto Rocha ( Dir. Geral da AAC )
- Margarida Lucas ( Dir. Geral da AAC)
- Francisco Leal Paiva ( Dir. Geral da AAC e República dos Galifões)
- David Rebelo ( Dir. Geral da AAC)
- Eduardo Soeiro ( Dir. Geral da AAC e República dos Pinguyns)
b) Com dezoito meses de exclusão de frequência de todas as escolas nacionais:
- António Taborda
( Dir. Geral da AAC)
- José Sumavielle ( Dir. Geral da AAC)

2º- Acusado de “ser de certo modo, mentor da consciencialização colectiva” (sic):
Com dois anos de exclusão de frequência de todas as escolas nacionais:
- Francisco Delgado
( CITAC )

3º- Acusados de perturbar o funcionamento duma aula ( 1º assalto da polícia de Choque à Associação Académica) :
a) Com um ano de exclusão de frequência de todas as escolas nacionais:
- Luís Filipe Madeira
( República dos Kágados e Comissão da Queima de 62 ).
b) Com seis meses de exclusão de frequência da Universidade de Coimbra:
- José Luís Nunes
( Centro de Estudos Filosóficos)
- Parcídio Sumavielle ( Via Latina )

4º- Acusados de colaborarem na entrada para a Torre, quando do primeiro assalto da Polícia de Choque à Associação Académica :
a) Com trinta meses de exclusão de frequência da Universidade de Coimbra:
- António Carvalho
- Mário Brochado Coelho
( Direcção do CITAC)
- Maria Fernanda Dias ( Dir. Geral da AAC de 1960/61)
b) Com dois anos de exclusão da frequência da Universidade de Coimbra:
- Alberto Mendonça Neves
( República do Prakyistão)
- António de Sousa Almeida ( Secção de Judo )
- Luís Lemos ( Secção de Atletismo )

5º- Acusados de assinarem uma moção na Assembleia Magna da AAC que pedia um voto de censura ao Reitor da Universidade e a sua demissão :
a) Com dois anos de exclusão da frequência da Universidade de Coimbra:
- Albano Serra Pina
- Alfredo Estrela Esteves
( Via Latina )
- António Lameiras de Figueiredo ( República do Prakyistão)
- Carlos Alberto Furtado ( República do Prakyistão)
- Eduardo Casais
- João Bilhau
- João Quintela
- Jorge de Sousa Rocha
( República do Prakyistão)
- Manuel da Silva Ventura ( Secção Social )
- Maria Fernanda Granado
- Rui Namorado
( Via Latina )
- Rui Neves
b) Com um ano de exclusão da frequência da Universidade de Coimbra:
- António Machado Vaz
( República do Bamus ó Bira)
- José Macedo Cruz
- Vladimiro Pereira Mateus


6º- Acusado de emprestar a capa e hasteada na Torre, quando ocorreu o segundo assalto da Polícia:
Com um ano de exclusão da frequência da Universidade de Coimbra:
- José Luís Santos Lima
(Secção Social )

7º- Acusado de subir à Torre, quando ocorreu o segundo assalto da Polícia:
Com um ano de exclusão da frequência da Universidade de Coimbra:
- José Luís Morais Alçada

HOJE, ÀS 15 HORAS UMA COMISSÃO AVISTAR-SE-Á COM AS AUTORIDADES UNIVERSITÁRIAS NA REITORIA.

Estudantes de Coimbra"

Comentário final : No momento em que o comunicado foi divulgado a Associação Académica de Coimbra estava fechada compulsivamente no rescaldo da crise. A própria assinatura do comunicado sugere que não havia em funções órgãos académicos legais. É possível que não se mencionem alguns nomes por lapso. De facto, tendo consultado o livro de Álvaro Garrido, “Movimento estudantil e crise do Estado Novo” (pag.214 ) ( Minerva Editora- Coimbra ). Os nomes dos expulsos coincidem. No entanto, devem ser-lhe acrescentados mais alguns, cuja expulsão foi decretada apenas em Agosto de 1962. Ei-los:

- Alberto Rui Pereira
- César Oliveira
( República do Prakyistão)
- António da Silva Coelho
- Joaquim Tomé
- Simão Santiago
*****************
Esta é a informação. A canalha melíflua que exercia arbitraria e ilegitimamente o poder não hesitou em tentar esmagar com brutalidade algumas dezenas de jovens escolhidos como alvo. Aconteceu o mesmo a vinte e tal estudantes de Lisboa. Só me consigo recordar de alguns: Eurico de Figueiredo, Valentim Alexandre, Mário Sottomayor Cardia, Nuno Brederode Santos, António Correia de Campos, Abílio Mendes. Queria esmagar, mas não esmagou. Agrediu mas não venceu.
Estar na lista dos expulsos da Universidade, aonde voltei quando acabou o castigo como aluno e de que fui (e de algum modo ainda sou) professor, é uma honra que não troco por nada.


Mais abaixo vai a imagem da última Via Latina publicada antes de ser proibida. A sua primeira página anuncia um Encontro Nacional de Estudantes que foi proibido, mas que se realizou. A notícia foi enviada aos censores no meio de uma anódina série de pequenas notícias. O censor deixou passar. Foi transformada numa primeira página.O director da Via Latina era António Avelãs Nunes. Duas semanas depois a proibição do Dia do Estudante, em Lisboa, desencadearia a crise académica de 1962.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CAVACO, JOVENS E FUTURO

O Presidente da República não compareceu a uma cerimónia pública numa escola, antes anunciada. Podemos valorizar diferentemente o grau de verosimilhança da desculpa dada pelos respectivos serviços de apoio, mas todos ficámos a saber, quando vimos as imagens da contestação que o esperava, quais as verdadeiras razões da sua ausência.

Talvez, haja alguma injustiça quando se protesta contra o Presidente da República, por razões que mais acertadamente seriam imputáveis ao Governo. Mas deve compreender-se que nas emocionalidades reivindicativas acicatadas, por sucessivas decisões restritivas que vão estrangulando a qualidade da educação, não surja com clareza uma distribuição rigorosa de responsabilidades, pelo que nos falte ou nos agrida. O poder em toda as suas vertentes é, por isso, sentido como um todo causador do que justifica os protestos.


Mas, a seráfica postura do actual Presidente, conhecida produtora de frases, que ora desafiam a esfinge pela obscuridade do sentido, ora concorrem com o anedotário semanal pela aproximação ao dislate, não estava preparada para ser envolvida num tão desagradável banho de realidade. Prudentemente, ficou em casa.

Por mim, tive a sorte de assistir ao elevado modo como a estação televisiva do Dr. Balsemão (que, como se sabe, nada tem a ver com o principal partido do actual Governo), deu e embrulhou tão excitante notícia. Focou uma juventude bem disposta que foi gritando ao que vinha, para tentar abrilhantar um espectáculo cujo palco, hoje, era dela. Reivindicou coisas simples que facilmente se podem admitir como justas. Agitou cartazes e gritou.

Sem qualquer pausa, eu e os outros espectadores, fomos transportados para anos atrás, para o tempo do governo anterior, para nos ser demoradamente mostrada uma manifestação contra o Primeiro-ministro da altura, José Sócrates, nessa mesma escola. É certo que Sócrates foi , falou e foi abundantemente vaiado. E os jornalistas conseguiram armar a confusão informativa de nos mostrarem que não conseguiram saber por onde ele tinha saído. Mas mostraram mais os apupos a Sócrates de há anos atrás do que a espera do dia ao Presidente da República. É o que se chama honestidade informativa: esconder uma notícia de hoje, com outra de anos atrás.


Quanto ao actual Governo, os televisores deixaram passar fugazmente pelo ecrã um sujeito algo abrilhantinado, alegadamente Secretário de Estado de qualquer coisa relacionada com a educação, que tentou desesperadamente passar entre dois pingos de chuva sem se molhar. Conseguiu, graças à generosa mãozinha que lhe foi dada pelos “balsemões”.

No entanto, esta pequena anedota informativa merece pelos menos dois reparos. Em primeiro lugar, permitiu-nos recordar como foi virulenta a contestação a Sócrates, com muitos cartazes a chamarem fascista ao governo de então, podendo compará-la com uma outra actual dirigida a Cavaco, tão mansa em termos relativos. Episódio isolado? Talvez; mas é fácil reconhecer que muitos dos que contestavam alegadamente pela esquerda o Governo anterior, têm usado um tom bem mais contido para contestar o actual Governo. E, no entanto, tudo aquilo em que contestavam o anterior Governo foi , depois dele, drasticamente agravado pelo actual. Estarão constrangidos por se sentirem indirectamente responsáveis por terem aberto a porta a um Governo que veio piorar dramaticamente tudo aquilo que era objecto do seu descontentamento anterior?

Em segundo lugar, para além da gravidade das carências que motivam no imediato os protestos, para além das razões pontuais e imediatas que levam os jovens a rebelar-se, cada vez mais irá estar presente na sua emocionalidade reivindicativa, como atmosfera incontornável, um sentimento crescente e asfixiante de lhes terem confiscado um futuro.


Por isso, saber se caminhamos para uma revolta da juventude, dotada de uma energia transformadora de toda a sociedade ou para uma explosão social dissipativa, fechada num desespero sem saída, é uma questão cada vez mais central. Procurar aumentar as probabilidades da primeira hipótese é um dever cívico elementar, sabendo-se que serão os próprios jovens quem em maior medida fará pender a balança para um dos lados. Mas maginar que sucessivas gerações de jovens irão continuar a alimentar indefinidamente filas crescentes de frustração e desespero, para deixarem que viceje a árvore podre da desigualdade, é talvez o sonho da pequena casta que monopoliza poder e dinheiro, mas não passa disso.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

TRAGÉDIA APENAS GREGA ?

1. O parlamento grego aprovou o plano acordado com a respectiva "troika", parecendo aberta a porta para alguma descompressão no garrote economico-financeiro mais imediato, que tem vindo a estrangular esse país, recorde-se, membro da União Europeia. Em contrapartida, as violentas manifestações de rua , que assinalaram essa aprovação redimensionam objectivamente o significado da aprovação conseguida. Hoje, a agitação violenta parece ser um efeito colateral da mediocridade política dos líderes europeus e da sua acéfala subordinação às pulsões sôfregas do capital financeiro. Mas ela talvez esteja perto do limiar, a partir do qual a todo poderosa tirania dos mercados será apenas um detalhe esquecido na brutal chegada de um novo tipo de revolta popular, que meterá debaixo das mesas os políticos engomados, que agora ocupam a ribalta da cena política. Assim, o que se tem passado na Grécia, o que as instituições da União Europeia têm permitido que os pequenos impérios intra-europeus lhe façam, relativiza bastante o que vierem a ser os resultados eleitorais das próximas eleições legislativas gregas, que vão decorrer em Abril. Mas, seja como for, esses resultados vão ter uma repercussão tanto maior, no desenrolar dos acontecimentos na Grécia e na Europa, quanto mais atípicos forem, quanto menos saídas institucionais permitirem, no quadro dos caminhos habitualmente percorridos.

2. Vale por isso a pena comparar os resultados das eleições legislativas gregas, em Novembro de 2010, com os resultados de duas sondagens feitas na Grécia durante o corrente mês de fevereiro de 2012.

Na primeira linha, estão em itálico os resultados eleitorais de 2010; nas duas seguintes, em castanho, os números de duas recentes sondagens. A vermelho, estão indicados os nomes dos partidos de esquerda; a azul, os de direita. Os Verdes não elegeram deputados; penso que a actual Esquerda Democrática, antes integrada na Esquerda Radical, não concorreu sozinha, mas ficou com quatro deputados retirados ao conjunto desta última. Se as sondagens anteciparem realmente no essencial os resultados das próximas eleições, teremos pela frente uma metamorfose do xadrez político grego.

Ambas as sondagens anunciam para o PASOK uma verdadeira hecatombe política. Mas, na que lhe é mais desfavorável perde 35, 9%, descendo de 43,9 % para 8 %; a que lhe é mais favorável não deixa de ser desastrosa, colocando-o a descer 30,4%. Porém, na primeira sondagem, o PASOK passa a ser o 4 º partido da esquerda em peso eleitoral, quando nas últimas eleições teve sozinho mais do dobro dos votos que o resto da esquerda no seu todo.

Mas, se a sondagem mais desfavorável ao PASOK for a mais certeira, os seus votos mais os do partido de direita Nova Democracia, que seria o mais votado de todos, somando 39% (31+8), ficariam atrás dos três outros partidos de esquerda que atingiriam os 42,5% ( 12,5+12+18 ). Só o apoio da extrema-direita com 5%, colocaria este último conjunto em minoria, mas apenas no caso dos Verdes continuarem a não eleger deputados, já que, somados aos outros três partidos de esquerda, chegariam aos 46 %.

Se pensarmos que a extrema-direita abadonou o actual governo e que houve várias expulsões no PASOK e na ND, podemos avaliar a fragilidade de uma maioria que queira reproduzir o leque partidário que apoia hoje o governo. Mas, obtendo resultados próximos dos indicados por qualquer das sondagens, tem o PASOK o mínimo de condições objectivas para se aliar, qualquer que seja a justificação, à direita? É muito duvidoso.

3. De facto, se compararmos as penalizações eleitorais, a crer nas duas sondagens, que sofrem a direita e a extrema-direita, verificamos que são ligeiras. A ND perde um mínimo de 2,4 % e um máximo de 6,4%; enquanto a extrema direita perde um mínimo de 0,5% e um máximo de 0,6%. A sua base social parece largamente intocada, continuando no essencial a reconher-se neles.

Já o PASOK vê a sua base eleitoral completamente destruída, o que faz pensar que estamos perante um fenómeno socialmente mais fundo do que a simples variação, ainda que dramática, das intenções de voto. Podemos estar a assistir ao desfazer de um bloco social , donde resultará a irrelevância de um partido, até agora determinante na cena política grega. A direita, movendo-se num território que é afinal seu, dá assim sinais de se aguentar muito melhor do que uma esquerda que executou primeiro, partilhando depois, políticas distantes do seu código genético que muitas vezes chegaram a contrariar a sua própria razão de ser.

Poderá o PASOK levar ainda mais longe a sua marcha para um completo suicídio político? Talvez; mas não é provável, correndo aliás o risco de cair numa anemia política de tal ordem, que pode tornar a sua posição irrelevante, seja ela qual for, no plano da simples relação de forças.

4. O PSE (Partido Socialista Europeu) há muito que devia ter apostado na sua própria metamorfose; mas, nestas circunstâncias, não pode, sem potenciar muito os riscos de desmoronamento, continuar a mastigar trivialidades, preso ao efémero dos detalhes, mas inerte perante as dinâmicas de profundidade, que realmente contam. O mesmo acontece, embora em graus diversos, a cada um dos partidos socialistas da União Europeia. Nenhum deles, no entanto, pode justificar a sua própria paralisia estratégica com a inércia do PSE; fazê-lo só agravará o problema. Também no caso português, ou talvez especialmente no caso português, não se pode continuar a cultivar rotineiramente uma irrelevância após outra, como se o essencial fosse cumprir calendário e não inventar com ousadia um futuro outro, onde realmente caiba a sobrevivência da democracia como único caminho contra a desigualdade, pela justiça e pela sobrevivência durável da humanidade.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PIEGUICES

O primeiro-ministro atirou para cima de nós a palavra "piegas". Como se a sua governação fosse apenas um ligeiro aperto, fácil de suportar. Fosse apenas o peso de algumas palavras incómodas.

Mas, desse modo, mostrou afinal que o facto de milhões de portugueses pagarem a sua política, através de sacrifícios aflitivos, através da perda angustiante de um futuro, é uma realidade que lhe escorre pela pele, sem verdadeiramente o tocar. Vê-se, assim, que tudo o que aponte em sentido contrário, na sua imagem mediática, não é mais do que encenação.

Este episódio coloca perante nós uma alternativa, quanto ao modo como encaramos Passos Coelho: ou temos que ver nele alguém que politicamente olha para o povo como um tapete que se deve deixar pisar sem resistir, pela arrogância fria dos poderosos e dos ricos; ou como um incontinente verbal que solta sem inibição a primeira inconveniência que lhe venha à cabeça. Nenhuma das hipóteses é boa; e ambas sugerem um político superficial, sem verdadeira consistência, que se deixa levar pela corrente como um ramo seco.Um político provisório que ocupa um lugar que o ultrapassa, no decorrer de uma pausa infeliz. Um político leve, insustentavelmente leve.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PERGUNTA ÓBVIA.

O que esperam os presidentes das câmaras do PS para seguirem o exemplo do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, quanto ao feriado da terça-feira de Carnaval ?


Nada vos obriga a ser complacentes, em face dos dislates deste governo.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

FERIADO POPULAR NO CARNAVAL !

Nenhum Governo normal, de esquerda, de direita ou de mistura, cometeu até hoje a tontice de acabar com o feriado da terça-feira de Carnaval, formalmente revestido do eufemismo de uma tolerância de ponto. O efeito prático desta austeridade mesquinha, se não for nulo, só pode ser negativo. O efeito simbólico pode ser devastador: num momento em que seria altamente aconselhável acumular factores de distensão numa conjuntura que se promete socialmente difícil, o governo comporta-se como o bombeiro que, em vez de usar água para apagar um fogo, lhe deita gasolina.

Não fica claro, se este acto resulta de uma infantilidade ideológica, que aplica ingenuamente como absoluto um receituário necessariamente relativo, ou de uma abissal carência de massa cinzenta. Nenhuma das hipóteses é boa; mas também nenhuma delas suscita uma qualquer obrigação ética de conformismo e passividade. Pelo contrário, é mais útil ao país sacudir a canga, que este governo nos quer pôr, desde já, neste pequeno episódio quase inicial, do que permitir a acumulação de uma energia de indignação que possa vir a explodir arrasadoramente mais tarde.

Nessa medida, em nome da sanidade sociocultural de todo o povo, em nome da recusa em aceitar que se reguem as fogueiras com gasolina, temos que fazer com que a terça-feira de Carnaval decorra exactamente como decorreria, se este Governo não tivesse escorregado para dentro do buraco que temos vindo a comentar. Apelemos para que todos façam no Carnaval o que sempre têm feito, ajudando o Governo a corrigir-se a si próprio e a ficar ciente, de uma vez por todas, dos seus próprios limites.

Por isso, decretemos desde já, num acto de festa e de cidadania: Um feriado popular na terça-feira de Carnaval, em todo o país.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

NECROFILIA POLITICO-ADMINISTRATIVA NA JUSTIÇA

Pode dizer-se que, desde o 25 de Abril , o distrito iniciou um longo processo de desaparecimento que a regionalização encerraria de vez.

De facto, diz o Artigo 291.º da nossa Constituição (cuja epígrafe é precisamente, distritos):

"Enquanto as regiões administrativas não estiverem concretamente instituídas, subsistirá a divisão distrital no espaço por elas não abrangido.

Haverá em cada distrito, em termos a definir por lei, uma assembleia deliberativa, composta por representantes dos municípios.

Compete ao governador civil, assistido por um conselho, representar o Governo e exercer os poderes de tutela na área do distrito."

Só pode ter sido, também, por isso que o actual governo, interpretando o preceito que se acaba de citar como simples norma legitimadora de uma sobrevivência precária, inerente a um processo de extinção lento mas irreversível, acabou com os governos civis.

Mas, vinda do ministério da justiça, eis que nos chega uma nova pérola de absurdo: a irrequieta ministra num rasgo de lince resolveu ressuscitar o distrito. Com a energia dos simples, colocou-o como o novo eixo do seu mapa judiciário.

Ou seja : para alicerçar uma novidade, inerente a uma longa duração, nada encontrou de mais aliciante do que escolher um eixo em vias de desaparecer. Um achado da tribo de parentes acampada no seu ministério como oráculo colectivo ? Ou um efeito colateral da conversão do olhar de lince de sua excelência numa modesta visão de morcego ?

Seja como for , sabe-se que decisões precedentes se basearam no recurso prudente a estudos feitos por instituições académicas criveis; e seguiram o cuidado de uma experimentação prévia limitada a algumas comarcas. Não eram decisões inultrapassáveis, não seriam perfeitas, não teriam sido postas em prática com a celeridade desejável, por força do travão da crise financeira ou por outras razões, mas foram construídas sem menosprezo pela sua complexidade e pela sua importância.

Não conheço o detalhe da nova solução. Conheço a alegada novidade da sua ancoragem no distrito, o que nos assusta pelo inesperado arcaísmo, a roçar a necrofilia politico-administrativa.

Por isso, a pequena esperança que resta é a hipótese de que, por detrás do foguetório mediático da inovação deitado pela ministra, tenha resistido o essencial da proposta anterior, algo estropiada, mas não destruída.

O susto vem da possibilidade de a senhora se ter entusiasmado tanto com o néctar do poder que resolveu traçar o novo mapa judiciário, recorrendo apenas ao corredor das suas amizades, para numa sessão de bingo judiciário, estilo 1x2, a cada um fazer o carinho de lhe acolher uma proposta.

Ao pesado incómodo de estudar o problema ou de ouvir com atenção quem o tivesse realmente estudado, terá preferido o fogo-fátuo dum happening de corredor, um círculo de amigos em troca de bitaites. Só assim se compreende que a Dona Miquelina tenha gritado: "O distrito, srª ministra, não se esqueça do distrito!" E, ó loucura dos deuses , então não é que foi ouvida !!

Brinquemos, enquanto esta necrofilia politico-administrativa em curso não nos impõe a todos o sorriso amarelo de quem vê a nossa arrastada justiça ficar ainda mais trôpega e desbussolada.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

HOJE, EM COIMBRA às 17 h e 30 m

Centro de Documentação 25 de Abril



É hoje a abertura da exposição "Mário Dionísio - vida e obra".

Pelas 17h30, na Biblioteca Municipal de Coimbra.

Com António Pedro Pita e Eduarda Dionísio.


Organização da Casa da Achada/Centro Mário Dionísio e do CD25A.