Mais uma notícia sobre os números do desemprego. Os mesmos tipos de discurso: quem tem a responsabilidade do governo procura dourar a pílula como pode; quem está na oposição troveja desastres. Para uns, zero vírgula qualquer coisa a menos é um prenúncio de alvorada; para outros, zero vírgula qualquer coisa a mais é uma ameaça de inferno.
Por todo o mundo, especialistas muitíssimo especializados em agências quase perfeitas somam e subtraem, louvam e ameaçam, receitam e proíbem, descobrem e ocultam. Em vão, ano após ano encontram óbvias explicações que mostram claramente, porque não se resolve ou se agrava o problema, mas não são capazes de o resolver, ou sequer de mostrar um caminho nítido para a sua solução que possa começar a ser percorrido.
E no entanto o óbvio mostra-se com clareza a cada cidadão: o desemprego é um fruto natural do capitalismo, sabendo-se que, sendo o desemprego mau para cada desempregado e para o equilíbrio da sociedade, o verdadeiro pleno emprego pode ser mau para o capitalismo e são muito escassas as circunstâncias históricas em que ocorreu algo de parecido com ele dentro de uma sociedade capitalista.
Por isso, verdadeiramente , só há duas soluções: os se eliminam os desempregados ou se elimina o capitalismo. Haja quem se assuma como paladino da primeira. Se não houver, concentremo-nos na segunda, certos que quem lhe resistir é , no fundo, um adepto oculto da primeira.
Mas saibamos que a saída do capitalismo será sempre um processo longo que necessariamente implica um Estado em permanente evolução, radicado numa sociedade em contínua transformação, numa interacção que terá de assemelhar-se cada vez mais a uma espiral virtuosa.
Por isso os tradicionais paliativos apostados em minorar o flagelo do desemprego são uma resposta indispensável , mas insuficiente, por ficar sempre longe de uma repartição do trabalho, do lazer e dos rendimentos a que só um pós-capitalismo pode abrir porta.
Por todo o mundo, especialistas muitíssimo especializados em agências quase perfeitas somam e subtraem, louvam e ameaçam, receitam e proíbem, descobrem e ocultam. Em vão, ano após ano encontram óbvias explicações que mostram claramente, porque não se resolve ou se agrava o problema, mas não são capazes de o resolver, ou sequer de mostrar um caminho nítido para a sua solução que possa começar a ser percorrido.
E no entanto o óbvio mostra-se com clareza a cada cidadão: o desemprego é um fruto natural do capitalismo, sabendo-se que, sendo o desemprego mau para cada desempregado e para o equilíbrio da sociedade, o verdadeiro pleno emprego pode ser mau para o capitalismo e são muito escassas as circunstâncias históricas em que ocorreu algo de parecido com ele dentro de uma sociedade capitalista.
Por isso, verdadeiramente , só há duas soluções: os se eliminam os desempregados ou se elimina o capitalismo. Haja quem se assuma como paladino da primeira. Se não houver, concentremo-nos na segunda, certos que quem lhe resistir é , no fundo, um adepto oculto da primeira.
Mas saibamos que a saída do capitalismo será sempre um processo longo que necessariamente implica um Estado em permanente evolução, radicado numa sociedade em contínua transformação, numa interacção que terá de assemelhar-se cada vez mais a uma espiral virtuosa.
Por isso os tradicionais paliativos apostados em minorar o flagelo do desemprego são uma resposta indispensável , mas insuficiente, por ficar sempre longe de uma repartição do trabalho, do lazer e dos rendimentos a que só um pós-capitalismo pode abrir porta.
Repito: que é a única verdadeira solução para o problema do desemprego, a única que pode arrancar o mal pela raiz.
1 comentário:
Mas será que vivemos numa verdadeira sociedade capitalista?
Como é possível que exista uma sociedade capitalista quando o preço do dinheiro (taxas de juro) é fixado por um Banco Central e não pelo mercado?
Eu penso que a tendência do Estado para centralizar e planificar a economia, apenas, tem um efeito de distorcer os mercados e as suas percepções.
A situação mais flagrante é precisamente está crise, ao permitir-se os bancos operarem com reservas fraccionadas, existe uma virtual criação de moeda sem a correspondente poupança, perante um excesso de massa monetária existe uma tendência para acentuar más decisões de investimento.
Quando os mercados se apercebem da distorção, ou seja, que não existe correspondência entre os investimentos realizados e a poupança, arrebenta a crise.
Claro, depois é sempre mais fácil e cómodo culpar o sistema capitalista. Quando na realidade não existe um verdadeiro sistema capitalista.
Mas a questão do desemprego que foca o post é bastante pertinente porque infelizmente vai massacrar várias gerações. E no caso português, creio que merecia um profundo e amplio debate para debelar esta Peste que nos assola. Porque se este problema não for resolvido creio que irá descaracterizar profundamente Portugal num futuro próximo.
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