Os acontecimentos recentes nalguns países árabes permitiram-me verificar que a indolente Internacional Socialista, há tanto tempo repousando no limbo da sua própria ausência como realidade política, abriu, não sei quando, as suas portas a partidos pouco recomendáveis, quer pelo facto de, apesar de amigos dos paradigmáticos americanos e conviventes cordiais com as instituições da União Europeia, terem da democracia uma visão algo sumária e uma prática muito ligeira, quer por não estarem contaminados pelo mais leve cheiro a socialismo.
Ora acontece que, na minha opinião, talvez essa leviana transigência não seja mais do que um efeito colateral do esquecimento da IS quanto à parte socialista da sua identidade, esquecimento aliás suficientemente desestruturante, para poder significar a própria perda dessa identidade.
De facto, a IS já deveria ter assumido há muito, como sinal estratégico da sua linha de orientação, a ideia de que o capitalismo, não sendo o fim da história, entrou numa fase intensamente autofágica, pelo que se torna imperioso sair dele organizadamente através de um reformismo transformador. Afinal, o verdadeiro reformismo, cujo rumo teria que ser um pós-capitalismo, que para os socialistas será a naturalmente materialização dos seus valores históricos. Se a IS trilhasse esse caminho, há muito que teria interiorizado, como um dos vectores determinantes da sua orientação estratégica, a necessidade de praticar e permanentemente aperfeiçoar a democracia, não como uma virtude, que nos abrisse as portas de um imaginário paraíso, mas como um elemento básico e decisivamente qualificante, quer do caminho a percorrer, quer do horizonte procurado.
Numa IS envolvida numa viagem destas, não caberiam, objectivamente, quaisquer partidos que não vivessem esse compromisso estruturante com a democracia, por completo e sem reserva mental. E a IS não estaria agora na caricata e penalizadora posição de ter que engendrar apressadas expulsões que, diga-se a verdade, só não serão simples gestos de hipocrisia, se forem o ponto de partida para uma profunda metamorfose da IS.
Em que sentido? Parece-me fácil começar, fazendo jus à sua qualidade “socialista”, ao contrapor-se ao capitalismo numa óptica reformista e ao inscrever a democracia no código genético da sua marcha e do seu horizonte histórico e estratégico.
Ora acontece que, na minha opinião, talvez essa leviana transigência não seja mais do que um efeito colateral do esquecimento da IS quanto à parte socialista da sua identidade, esquecimento aliás suficientemente desestruturante, para poder significar a própria perda dessa identidade.
De facto, a IS já deveria ter assumido há muito, como sinal estratégico da sua linha de orientação, a ideia de que o capitalismo, não sendo o fim da história, entrou numa fase intensamente autofágica, pelo que se torna imperioso sair dele organizadamente através de um reformismo transformador. Afinal, o verdadeiro reformismo, cujo rumo teria que ser um pós-capitalismo, que para os socialistas será a naturalmente materialização dos seus valores históricos. Se a IS trilhasse esse caminho, há muito que teria interiorizado, como um dos vectores determinantes da sua orientação estratégica, a necessidade de praticar e permanentemente aperfeiçoar a democracia, não como uma virtude, que nos abrisse as portas de um imaginário paraíso, mas como um elemento básico e decisivamente qualificante, quer do caminho a percorrer, quer do horizonte procurado.
Numa IS envolvida numa viagem destas, não caberiam, objectivamente, quaisquer partidos que não vivessem esse compromisso estruturante com a democracia, por completo e sem reserva mental. E a IS não estaria agora na caricata e penalizadora posição de ter que engendrar apressadas expulsões que, diga-se a verdade, só não serão simples gestos de hipocrisia, se forem o ponto de partida para uma profunda metamorfose da IS.
Em que sentido? Parece-me fácil começar, fazendo jus à sua qualidade “socialista”, ao contrapor-se ao capitalismo numa óptica reformista e ao inscrever a democracia no código genético da sua marcha e do seu horizonte histórico e estratégico.
2 comentários:
««De facto, a IS já deveria ter assumido há muito, como sinal estratégico da sua linha de orientação, a ideia de que o capitalismo, não sendo o fim da história, entrou numa fase intensamente autofágica, pelo que se torna imperioso sair dele organizadamente através de um reformismo transformador.»»
Sócrates é o reformismo transformador que conduz o país e o partido para sair (?) do capitalismo?
Não ligue RN!
Desmaiaram quando lhes caiu o muro em cima e ainda não acordaram.
Emitem,às vezes, alguns sons que podem levar a crer que já despertaram. Mas é uma ilusão. Continuam a sonhar. E por vezes têm pesadelos.
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