sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sondagem - esvaziar um empate


Acabo de ler no site do DN um texto sobre uma sondagem recente que abaixo transcrevo:


"A distância entre os dois principais partidos nas sondagens é cada vez menor, mas ambos estão a perder potenciais votos e o número de indecisos é cada vez maior. Um estudo da Eurosondagem dá 33% aos socialistas e 31 aos sociais-democratas.
Estes valores representam um empate técnico, pois a margem de erro máxima da sondagem, realizada para a SIC, Expresso e Rádio Renascença, é de 3,04%. Há um mês, outra sondagem da mesma empresa dava 35,1% ao PS e 33% ao PSD, ou seja, ambos perderam cerca de dois por cento de intenções de voto.
À queda do Bloco Central corresponde uma subida do Bloco de Esquerda (10%, mais 0,4) e do CDS-PP (8,5%, mais 1,1). A CDU caiu (9,4%, menos 0,3)."


Continuamos enfiados num alegado empate técnico com uma vantagem ligeira para o PS. É o meu empate preferido: o que dá vantagem ao PS. Mas não deixa de ser empate, conquanto apenas técnico. No mês anterior, a posição relativa dos dois partidos era a mesma, embora num patamar dois por cento acima. Mais indecisos, diz-se.


Os analistas correntes dirão: aumenta a probabilidade de um resultado final que reproduza esta paisagem, ou seja, uma ligeira vantagem para um dos dois maiores partidos. Sem descartarem esta hipótese, analistas menos lineares alegam que o aumento da indecisão pode apontar noutra direcção: o eleitorado apresta-se para pender para um lado ou para o outro. Por isso, qualquer dos dois partidos pode ainda vir a ter uma vitória ou uma derrota folgadas.


Verifica-se que o conjunto BE/CDU continua instalado em torno dos 20%. E, por outro lado, a subida do PP ao corresponder praticamente à descida do PSD, faz permanecer a direita, no seu todo, à volta dos 40%, patamar onde chegou nas eleições europeias e onde tem estado estacionada.


Razão suficiente para que o PS clarifique, desde já, a sua posição para o caso de a direita ficar abaixo da maioria absoluta, sendo embora o PSD o partido mais votado. E essa posição só pode ser uma: o PS rejeitará qualquer governo de direita, seja ele de um ou de dois partidos. Rejeitará, sublinho; ou seja, não o deixará passar.


Depois, deve desafiar o BE e o PCP a dizerem, desde já, o que farão nessa hipótese. Se o seguirem, mesmo que o PSD seja o partido mais votado, desde que somado ao PP não chegue à maioria absoluta, o Presidente da República deixará de ter legitimidade política para poder nomear um governo minoritário de direita, já que está prévia e publicamente anunciada a sua rejeição na Assembleia.


Se o PS fizer isto, deixará a Drª Ferreira Leite bem mais longe de qualquer sonho de poder e esvaziará a conspiração que, pouco a pouco, se está a tecer à sua volta, no sentido de, se for preciso, o atrairem para a armadilha fatal de se deixar converter numa muleta parlamentar de um governo de direita, constituído pelos que há anos o têm vindo a insultar dia após dia e a combatê-lo pelos mais sujos meios.


Dir-se-á que essa posição tem a desvantagem de implicar que o PS admita que pode não ser o partido mais votado. A isso respondo: a luta política não é um campeonato de futebol e o leader de um partido não é um treinador que tenha que dizer sempre que vai ganhar. Comentar honestamente os vários cenários pós-eleitorais não pode ser encarado como um risco de perder eleitores. Pelo contrário, ser transparente quanto àquilo que pensa fazer, em cada circunstância, é uma obrigação cívica de todos os partidos.


E seguramente que tudo ficaria mais claro. Os eleitores ficariam a dispor de um cenário completo. Depois das eleições as pressões deixariam de fazer sentido. Todos ficariam a saber que o PS seria governo se os eleitores lhe dessem maioria e que se oporia a qualquer governo de direita. Quanto à hipótese de a direita ser minoritária, sendo embora o PSD o partido mais votado, não podendo este formar governo no cenário que defendemos, a possibilidade de ser o PS a formar governo dependeria do Presidente da República e dos outros partidos, devendo o PS estar disponível para essa hipótese mediante um conjunto de condições políticas que certamente poria.


Não fazer isto, é dar campo de manobra aos adeptos do pantanoso bloco central, é atrair sobre si a sofreguidão de todas as pressões, é despediçar uma oportunidade efctiva de recuperar uma parte do apoio eleitoral que se perdeu dentro da esquerda. E, não o esqueçamos, é correr o risco de, num eventual cenário pós-eleitoral ambíguo, trazer para dento do PS o "olho do furacão".

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A direita acima de toda a suspeita


" O Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (Apede) e o Promova reuniram na terça feira e do encontro saiu um objectivo declarado: "fazer campanha política contra o Partido Socialista". Confrontado com a hipótese de os movimentos serem instrumentalizados pelos partidos da oposição, Ilídio Trindade, do MUP, defendeu que "não se trata de apelar ao voto em nenhum partido político, mas apenas tirar o PS do Governo, para estancar a dinâmica destrutiva na educação"."

Eis o extracto que repesquei no DN de hoje. Perante tão esotérica posição, duas hipóteses se colocam, ou os senhores professores em causa, são um destacamento encapotado do PSD; ou desempenham involuntariamente esse papel.

De facto, não contestando ninguém, com o mínimo de sentido das realidades, o facto de haver apenas dois partidos que podem liderar o Governo, na sequência das próximas eleições (o PS e o PSD), impedir um deles de ir para o Governo é contribuir necessariamente para que lá fique o outro.

Ou há alguém que sustente que pode sair das próximas eleições um Governo que, excluindo o PS, não seja dominado pelo PSD? Não pode.

Por isso, estamos, na verdade, perante uma campanha do PSD feita através de siglas que escondem essa realidade, para terem maior eficácia deslegitimadora do PS.

E se nessas associações há professores que não querem um Governo de direita ( PSD ou PSD-PP) como resultado das próximas eleições, apenas os posso convidar a reflectirem sobre o que aqui digo. Àqueles que, sendo de direita querem naturalmente um Governo à medida das suas opções só tenho que felicitar, pela habilidade com que levam pela arreata os seus colegas que, sentindo-se de esquerda, lhes estão a fazer o jogo com uma inocência que chega a comover.


quarta-feira, 29 de julho de 2009

As listas do PS- oportunidade perdida


O eco algo difuso da divulgação das listas de candidatos do PS à Assembleia da República está a esbater-se. O complexo político-mediático apenas se agitou ligeiramente com os nomes de dois dos três independentes convidados a participar nas listas. Hoje, pode afirmar-se já que elas, no essencial, se limitaram a seguir uma rotina previsível. Repetiram-se quase a papel químico episódios anteriores. Não se conseguiu transformá-las globalmente numa novidade que pudesse dar um contributo próprio para impulsionar o PS rumo a uma vitória que se prevê difícil.

Uma pesquisa aturada descobrirá duas dezenas de candidatos realmente qualificados, que suportariam perfeitamente um critério de escolha realmente meritocrático. Mas não são suficientes para desfazerem o tom cinzento pálido transmitido pelo conjunto das listas.

Foram poucas as Federações distritais em que se enfrentaram duas candidaturas, nos Congressos mais recentes. Mas, se não estou em erro, não há candidatos elegíveis de nenhuma das (poucas) minorias distritais.

No plano nacional, a única minoria, que se bateu no último Congresso, com base em pontos de vista assumidamente distintos dos adoptados pelos apoiantes de Sócrates, tendo apresentado moção alternativa à oficial e lista própria para a Comissão Nacional, foi a Corrente de Opinião Esquerda Socialista, constituída a partir da moção “Mudar para mudar”. Mas, apesar disso, nenhum dos seus elementos foi integrado em qualquer lugar de qualquer das listas de candidatos à Assembleia da República. E, no entanto, tem 11 % dos membros da Comissão Política Nacional e da Comissão Nacional.

Que eu saiba, uma outra corrente de opinião interna do PS, polarizada em torno do Manuel Alegre, também não tem qualquer dos seus membros integrados nas listas do PS. O pluralismo de Sócrates ficou-se, deste modo, como aliás expressamente admitiu na CN, pela inclusão nas listas de camaradas que não o apoiaram em 2004, quando concorreu contra Manuel Alegre e João Soares. Ou seja, alguns dos que, não o tendo apoiado em 2004, o apoiam agora. Ou, pelo menos, não o desapoiam o suficiente para se terem recusado a alinhar com a sua moção e para não se terem acolhido nas suas listas.

Ou seja, Sócrates negociou ostensivamente com a corrente de opinião liderada pelo Manuel Alegre, mas não chegou a um acordo que permitisse a sua inclusão nas listas.

Ignorou a única corrente de opinião que se lhe contrapôs no Congresso Nacional de Fevereiro passado, respeitando as regras estatutariamente consagradas.
Inventou um pluralismo “light”, traduzido na imensa bondade de não discriminar negativamente, entre os seus actuais apoiantes, aqueles que há cinco anos estiveram contra ele. É um pluralismo mutio ligeiro, que encoraja as conspirações de corredor, que se agacha perante as manifestações de força politicamente relevantes, mas que menospreza os militantes que discordam dele dentro do Partido, com respeito pelas regras estatutárias e com total lealdade política.

No que diz respeito aos membros da corrente de opinião “Esquerda Socialista”, se bem os conheço, não se sentiram atingidos pessoalmente pelo esquecimento. De um modo geral, têm as suas profissões e vêem o combate político como uma luta cívica a que não devem fugir e não como uma carreira de que devem cuidar. Mas ficaram desiludidos, na medida em que o Partido preferiu acolher-se às rotinas aparelhísticas habituais, temperadas por uma ou outra esforçada novidade, do que ousar transformar o processo de escolha das listas num acontecimento qualificante da política e prestigiante para a democracia.
O PS renunciou assim ao impulso positivo que lhe podia ter sido transmitido, mesmo no plano do apoio eleitoral, por um processo de formação das listas que seguisse a via das eleições primárias. E, excluídas estas, nem sequer enveredou pela modesta aventura de ancorar as suas escolhas numa ostensiva meritocracia que valorizasse os múltiplos vectores relevantes.

Por tudo isso, pela parte que me toca, na reunião da Comissão Política Nacional que votou as listas de candidatos, abstive-me quanto a todas elas. Abstive-me, depois de ter avisado, expressamente, que não estava a exprimir um juízo depreciativo sobre a pessoa dos candidatos, muitos dos quais nem conhecia. Estava sim a recusar o método de escolha, por julagar que o mais adequado é o que implica o recurso a eleições primárias, para serem designados os candidatos do PS às diversas eleições. Não me pronunciei, por isso, sobre nenhuma das listas em concreto.
No entanto, participara, embora sem direito a voto, dois dias antes, na reunião da Comissão Política da Federação de Coimbra, que escolheu os candidatos do respectivo distrito, tendo feito uma intervenção a propósito da lista apresentada. Entre outras coisas, ressalvando qualquer lapso de memória, admitindo que a lista correspondia a uma das lógicas possíveis, sustentei que a própria admissibilidade de muitas lógicas e de diversas opiniões tornava preferível a realização das referidas primárias. Considerei que, quanto à anunciada cabeça de lista, se progredira relativamente ao que ocorrera há quatro anos; e, sem conseguir identificar com precisão as suas limitações, ela me parecia globalmente uma lista fraca, principalmente, tendo em conta que tem que concorrer com outras, cujos trunfos é imprudente menosprezar.

Concluí que seria desejável que o PS de Coimbra viesse a ser capaz de criar condições, através de uma renovação do trabalho político, para que, daqui a quatro anos, pudéssemos celebrar com naturalidade a escolha de um militante socialista do distrito de Coimbra como cabeça de lista, em consequência da afirmação do seu mérito e da ostensiva excelência das suas qualidades.

Numa palavra, se é certo que a modéstia da imagem que o conjunto das listas projecta, à escala nacional, não vai decerto fazer, por si só, com que percamos as eleições legislativas, a verdade é que se desperdiçou uma oportunidade única de buscar na inovação, quanto às listas e à sua feitura, um poderosos impulso para que as vencêssemos.

domingo, 26 de julho de 2009

Santos de pau carunchoso...

Do meu amigo e camarada José Gama, professor na Escola Secundária Infanta DªMaria, de Coimbra, recebi o texto que se segue e que é uma cópia do que enviou ao Bloco de Esquerda, tendo-me autorizado a transcrevê-lo.


"Acabei de ver na televisão um extracto da intervenção de Francisco Louçã, com palavras muito violentas para Sócrates, condenando-o pelo hipotético convite feito por ele a Joana Amaral. Não sei se esse convite foi realmente feito.

No entanto, tenho que manifestar a minha imensa revolta pela falta de coerência e sentido ético por parte dos vossos dirigentes, pois se é assim tão grave o convite de José Sócrates a Joana Amaral, como não considerar grave o convite recente feito por dirigentes bloquistas a militantes do PS com vista a encabeçarem listas às eleições autárquicas? Sei do que falo e Francisco Louçã pode confirmar junto de Ana Drago.
Continuamos, todos, a ter em menor cuidado a dignidade que devia ter a política e, se fosse o caso de sermos crentes, podíamos dizer que corremos o risco de nos juntarmos todos com ela no inferno.
Espero que se contenham mais a propósito deste episódio.

Apesar da falha, que considero grave, envio saudações socialistas.

José Gama
Coimbra"

* * *
Como se vê, os "santos" também são "pecadores".

Nunca com os nossos votos - 1

Um ex-Primeiro Ministro e ex-leader do PSD procurou enxovalhar publicamente o actual Secretário-Geral do PS e actual Primeiro-Ministro, com declarações publicadas hoje, por um diário de difusão nacional.

Registemos mais esta agressão ao PS e digamos mais uma vez: nunca com os nossos votos!


Saibamos garantir: votamos contra qualquer tentativa de Governo que contenha PSD e não nos misturamos em qualquer Governo com essa gente!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A velha do Restelo

No seu "Estranho quotidiano", Pio Abreu publicou no jornal DESTAK de hoje o texto de actualidade política que abaixo transcrevo, com o seu expresso consentimento.

A velha do Restelo

Enquanto a frota de Vasco da Gama aguardava a partida, “um velho, de aspecto venerando, (…) tais palavras tirou do experto peito: – A que novos desastres determinas de levar estes reinos e esta gente? (…) Que promessas de reinos, e de minas d'ouro, que lhe farás tão facilmente?”. Como nos conta Luís de Camões, a frota partiu para a Índia enquanto o velho vociferava no Restelo.

Hoje, os tempos são outros. Já não temos a ambição de descobrir a Índia e, menos ainda, de partir para uma aventura desconhecida. Apenas queríamos um comboio de alta velocidade que nos ligasse à Europa e um aeroporto que nos levasse a todos os continentes, em especial ao americano.

Os tempos também mudaram porque, com o aumento da esperança de vida e a redução da natalidade, existem hoje mais velhos que marinheiros. Alem disso, as mulheres, que vivem mais tempo, assumiram protagonismo e têm a sua voz, que é muito ouvida e ainda bem. Imaginemos então a cena nos dias de hoje. Em vez de um velho, existiria um coro deles, talvez com uma veneranda velha a dar o mote.

Então, a velha diria: "A que novos desastres determinas de levar estes reinos e esta gente?” Em pano de fundo, um coro de velhos responderia: "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça desta vaidade, a quem chamamos Fama!”. Finalmente, a veneranda remataria: “Dura inquietação d'alma e da vida, fonte de desamparos e adultérios, sagaz consumidora conhecida de fazendas, de reinos e de impérios.”

Com tal cenário, a frota nem teria saído do estaleiro.


J. L. Pio Abreu

Homenagem a Manuel Alegre

O Manuel Alegre despediu-se ontem da Assembleia da República. Como é seu timbre, despediu-se olhando para o futuro. É tempo de homenagem. Por mim, vou transcrever um o poema que lhe dediquei e que foi publicado em 2003, no meu livro “Nenhum Lugar e Sempre”.



“A terceira rosa”
para Manuel Alegre



No íntimo de um gesto foi colhida,
a primeira, e logo se perdeu.

Só sabemos ainda que a segunda
é o luar de todos os segredos.

Mas uma de si própria renasceu,
flor da claridade e da memória.

Terceira, por ser antes do princípio
e estar além de tudo, além do fim:
a que se deu inteira a cada cor
e traz em si o cheiro do futuro.

Uma rosa por todos inventada:
foi essa que lançaste a meio da praça,
num gesto de amor e de combate.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Papagaios improváveis


O trauliteiro Jardim, um vulto de transcendente importância na Madeira, tem por hábito, após uma sesta bem merecida, regougar dislates sobre a revisão constitucional, que desembainha como se fosse algo que dependesse apenas da sua entaramelada opinião. Algo parecido com : "O Dr. Jardim diz, a revisão acontece. À populaça, cumpre desempenhar o papel que lhe reserva tão azougada figura: espantar-se".

Ora, acontece, que mesmo que o referido personagem convença a verdadosa Drª Ferreira Leite a assinar por baixo de todos os seus devaneios constitucionais, tal significará zero em termos de revisão constitucional. E se numa vertigem suicidária, o Dr. Portas se aprestasse a marchar disciplinadamente, atrás dessa dupla surrealista, o improvável trio continuaria a valer , em termos de revisão constitucional o mesmo zero.


E como, nem num sonho de pernas para o ar, se pode desenhar um cenário em que, após gritarem em conjunto com o Dr. Jardim, "Abaixo o Comunismo !", o BE e o PCP , lhe obedecem rebanhosamente no seu alto desígnio de estropiar a Constituição de Abril, é o PS quem verdadeiramente tem a chave com a qual pode fechar de uma vez a boca desgarrada do floroso ilhéu.


Ora, sendo assim, é justo que se espere deste último partido uma palavra seca mas definitiva que encerre, de uma vez por todas, qualquer vislumbre de significado político útil aos dislates constitucionais que periodicamente o Dr. Jardim boceja do alto da sua ilha.
Bastar-lhe-á declarar, com solenidade, por intermédio do seu porta-voz que, exigindo a revisão constitucional uma maioria de dois terços, o PS não aprovará as idiotices imaginadas pelo Dr. Jardim, quando acorda estremunhado depois de um qualquer sonho agitado. E, sendo assim, os trovões reaccionários com que o Dr. Jardim nos pretende assombrar, politicamente valem menos do que os tímidos vagidos de um bébé chorão. E não valerão mais, mesmo que a vóvó pegue nele ao colo, para o embalar ternamente na sua complacência.


E, já que está com a mão na massa, o PS poderia dar um contributo precioso para aliviar o debate político da vozearia inconsequente dos que parecem fazer crer que a revisão constitucional é um fenómeno meteorológico dependente do calor das suas fartas imaginações, dizendo: "Não contem com os nossos votos para anularem os ecos e as marcas do 25 de Abril na nossa Constituição, não contem connosco para entrevar a democracia com engenharias duvidosas, não contem connosco para conceder novos músculos a Belém, não contem connosco para inventar sistemas que transformem a falta de votos em excesso de poderes".


E poderia concluir: " Estimados, circunspectos e ajardinados pescadores nas águas turvas mediáticas; cerebradores de todas as direitas, sequiosas de poder; simples tontos - o PS afundará com o seu voto qualquer dislate revisionista da Constituição de Abril, pelo que se pede a todos vós a fineza de apontarem para outros alvos as vossas vistosas espingardas de pólvora seca."

sábado, 18 de julho de 2009

Os socialistas e as eleições

Os elementos da Comissão Política Nacional do PS que foram eleitos com base na Moção Mudar para Mudar, congregados agora na corrente de opinião "Esquerda Socialista", subscreveram o documento político que abaixo se transcreve o qual já foi entregue ao Secretário-Geral do Partido Socialista.





ELABORAÇÃO DO PROGRAMA E DAS LISTAS PARA AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS

A forte penalização sofrida pelo Partido Socialista nas eleições europeias fica a dever-se ao natural desgaste da governação e a evidentes erros cometidos, designadamente a subalternização do Partido e dos seus militantes. Situações que têm de ser corrigidas com vista a reunir as condições que garantam a vitória do PS nos próximos actos eleitorais.
Nesse sentido, serão decisivos os processos e critérios de elaboração do Programa e de constituição das Listas para as eleições legislativas.
O Programa para as próximas eleições legislativas constitui a Carta de Compromissos do PS com os portugueses. A sua elaboração deverá constituir a oportunidade para um processo de participação e mobilização, de debate e de contratualização com os socialistas e a sociedade civil para que as propostas e os compromissos sejam assumidos pela maioria dos eleitores.
As Novas Fronteiras constituem uma forma de participação da sociedade civil neste processo. Mas não podemos concordar, nem calar, o esquecimento e a subalternização a que estão votados os militantes e os órgãos estatutários do Partido.
Ao não convocar a reunião da Comissão Nacional para discutir as Moções Sectoriais apresentadas ao último Congresso, a Direcção do Partido está, por um lado, a cometer um grave incumprimento da deliberação do órgão máximo estatutário, a ostracizar militantes e a perder uma singular oportunidade de realizar um debate privilegiado sobre algumas questões programáticas essenciais contidas nas Moções Sectoriais.
Reafirmamos, assim, a necessidade de convocar, com urgência, essa reunião da Comissão Nacional.
Do mesmo modo, torna-se necessário chamar para a elaboração do programa destacados socialistas, alguns deles reconhecidos especialistas em áreas chave do desenvolvimento do país e que têm estado à margem do processo. O Programa do Partido Socialista às legislativas não pode ser marcado pelas opiniões de arautos do neo-liberalismo, alguns responsáveis por políticas e negócios ruinosos para o país, ao mesmo tempo que se aliena a participação de qualificados socialistas.
Na constituição das listas de candidatos à Assembleia da República devem ser emitidos sinais de profundas mudanças e renovação política. Para além das elevadas e influentes funções que desempenha para o país, a Assembleia da República funciona como espelho da classe política.
As eleições primárias são, comprovadamente, um sistema de qualificação dos candidatos e de valorização do debate e das opções políticas. Não sendo possível recorrer á às eleições primárias, transitoriamente, o método de elaboração das listas de deputados deve ser completamente novo, podendo ser avocado, se for necessário, pelos órgãos nacionais. Uma vez que não podemos ainda transmitir a estas listas o prestígio de um método democrático na sua elaboração, pelo menos tornemos ostensivo que elas procuram incluir o que de melhor temos no PS. Tornemos óbvia a mudança no critério de elaboração das listas, de modo a que fique claro que queremos um grupo parlamentar de excelência resultante de critérios radicalmente meritocráticos, distantes das lógicas de aparelho habituais.
Assim, as listas de candidatos a deputados devem reflectir, também, o pluralismo e a democracia internos do PS expressos no último Congresso e nos resultados para os Órgãos Nacionais.
Este caminho mostraria, objectivamente, ao eleitorado que o PS teria uma renovada disposição de efectiva qualificação da vida política, dando assim um contributo para a melhoria da qualidade da nossa democracia. Seguramente que esta mudança de prática política propiciará, também, favoráveis frutos eleitorais.

Os elementos da Comissão Política eleitos pela Moção “Mudar para Mudar”:

António Fonseca Ferreira
Maria Salomé Rafael
Rui Namorado
Edmundo Pedro
Artur Cortez
Manuela Neto
Filipe Batista

Lisboa, 15 de Julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

VºColóquio Ibérico

[Imagen: Sesión inaugural del Coloquio Ibérico, el pasado 10 de julio].


Nos dias 10 e 11 de Julho passados, decorreu em Santarém o Vº Colóquio Ibérico de Cooperativismo e Economia Social. Os quatro anteriores realizaram-se no Porto (2001), em Valência(2003), em Lisboa (2005) e em Córdoba(2007). Está previsto que o próximo ocorra em Espanha em 2011, na cidade que for escolhida pelos colegas espanhóis.

Podem ler, de seguida, um texto publicado, no Boletín nº 161 do Observatorio Español de la Economia Social que se refere ao Colóquio e que abaixo transcrevo:

" El Coloquio Ibérico de Santarem concluye con una apuesta renovada por estrechar lazos entre España y Portugal por la Economía Social "

"Los pasados días 10 y 11 de julio tuvo lugar en Santarem (Portugal), organizado por la Escuela de Gestión y Tecnología de Santarem y por el instituto portugués INSCOOP, el V Coloquio Ibérico de Cooperativismo y Economía Social, con una asistencia de cerca de un centenar de personas, entre representantes de la economía social, de las administraciones y de las universidades de ambos países. El Coloquio concluyó con una apuesta renovada por continuar estrechando lazos entre España y Portugal, también en el ámbito de la economía social, sobre todo teniendo en cuenta dos circunstancias importantes que van a coincidir en breve, como son la presidencia española de la Unión Europea el primer semestre del año que viene, junto con la presidencia de la Comisión Europea por parte del portugués José Manuel Durao Barroso. Los intervinientes recordaron la importante cita que va a suponer, el próximo mes de mayo en Toledo, la Conferencia Europea de la Economía Social organizada por el Gobierno de España. Pero antes de esta cita está prevista para principios de noviembre una importante reunión entre los ministerios de Trabajo de España y Portugal y, posteriormente, una nueva reunión entre representantes de ambos ministerios, para tratar concretamente temas de economía social y, sobre todo, su posible inclusión en la propuesta de reforma del Tratado de Lisboa en la que está trabajando el presidente Durao Barroso. El Coloquio de Santarem fue inaugurado por Jorge Faria, presidente del Comité Organizador y profesor del Instituto Politécnico de Santarem, junto con Rui Namorado, presidente de la Red Portuguesa de Formación para el Tercer Sector; José Mª Pérez de Uralde, presidente de FUNDIBES y vicepresidente de CIRIEC-España, y Eduardo Graça, nuevo presidente del INSCOOP. Los intervinientes coincidieron en la importancia de la economía social en estos tiempos de crisis, como una alternativa de hacer empresa. También se valoró el estudio que está realizando un grupo de expertos de CIRIEC-España, de Informe propuesta de una Ley de Economía Social.Ponencias y comunicacionesA continuación el Coloquio se estructuró en una serie de mesas redondas, en las que participaron, en cada una, un representante español y otro portugués. Las sesiones trataron temas de solidaridad y cooperación, crisis alimentaria, Responsabilidad Social de las Empresas y la lógica de proximidad. También tuvo lugar una mesa redonda con la participación de representantes de la economía social de ambos países.Entre los participantes figuraron, por parte española, Antonio Solesio, subdirector general adjunto de Economía Social del Ministerio de Trabajo e Inmigración; Concepción Albarrán, de la Universidad Católica de Ávila, y Vicente Budi, de la Universidad Jaume I de Castellón.Además, se presentaron 25 comunicaciones, todas ellas de gran calidad, que se expusieron en tres sesiones paralelas.En la sesión de clausura intervino Fernando Medina, secretario de Estado para el Empleo y la Formación Profesional, quien apostó vivamente por la economía social y las cooperativas, dando también mucha importancia a los temas de formación e investigación. Medina estuvo acompañado en la mesa por Ricardo Server, catedrático de la Universidad Politécnica de Valencia y secretario de CIRIEC-España, y por Rui Namorado"

domingo, 12 de julho de 2009

Orlando de Carvalho em Abril


Estamos em 1985. No Teatro Paulo Quintela, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, realiza-se uma sessão pública comemorativa de mais um aniversário do 25 de Abril. Não tenho a certeza sobre quem promoveu a comemoração, mas talvez tivesse sido a Associação 25 de Abril. Na mesa, duas figuras do MFA e três cidadãos celebrantes de Abril.

Ao centro, pode ver-se Orlando de Carvalho que presidiu ; do seu lado esquerdo, Marques Júnior e ainda mais à esquerda, ao fundo, quase na sombra, Pezarat Correia ( ou seja, o MFA, ao mais alto nível, com dois ex-membros do Conselho da Revolução); imediatamente à sua direita, Carlos Encarnação (actual Presidente da Câmara Municipal de Coimbra) e ainda mais para o lado direito, junto ao canto da fotografia, eu próprio.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Orlando de Carvalho

Nos passados dias 4 e 5 de Julho, decorreu em Baião, por iniciativa do respectivo Município, uma Homenagem a Orlando de Carvalho.

O programa foi diversificado, tendo começado no dia 4 com uma Sessão Solene. Seguiu-se-lhe uma visita por alguns dos mais ricos lugares de cultura do Concelho de Baião, tendo o primeiro dia culminado com um jantar na Fundação Eça de Queiroz. No dia seguinte, o programa incluía uma visita na terra natal do homenageado ( Santa Marinha do Zêzere), ao que no futuro virá a ser o"Centro de Estudos e Documentação Professor Orlando de Carvalho" e, além do mais, uma romagem ao jazigo do Dr. Orlando.

Só assisti à Sessão de Abertura e usufruí de uma parte do passeio que se lhe seguiu. É dessa sessão que quero dar testemunho. O Auditório Municipal do Baião estava cheio. Familiares e gente da terra, amigos vindos de longe. A Faculdade de Direito de Coimbra bem representada. Muitos dos seus alunos e amigos. Vários oradores. O Eldad Neto, um dos impulsionadores da Homenagem, deu as boas-vindas e foi dando a palavra aos oradores. Começou o Presidente da Câmara, José Luís Carneiro, com brilhantismo e sobriedade, assumindo-se como autarca, elevando o seu concelho nas palavras com que se referiu, mas sem esquecer ou diminuir o que ali nos trouxera.


Seguiu-se-lhe o Bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho e Pinto, recordando o mestre de muitos combates, o gume das palavras exactas e nunca adormecidas, a voz incómoda, por vezes, agreste, sempre justa. Gomes Canotilho homenageou com uma apreciável leveza literária o saudoso mestre, relembrando-o através de uma pequena colecção de instatâneos poéticos, que acordaram a saudade. José Teixeira de Sousa, psiquiatra portuense e conterrâneo do Dr. Orlando, de quem foi um amigo de sempre, partilhou connosco algumas preciosas memórias pessoais.



Um perito comentou uma pintura a óleo da autoria de Henrique Vaz Duarte, na qual Orlando de Carvalho é retratado e que ao lado se reproduz.



No meu livro de poemas publicado em 2003, "Nenhum Lugar e Sempre", incluí um poema A Hora do Tigre, já aliás difundido neste blog, que apenas referi como sendo um poema de homenagem. Chegou o momento de dizer que é um poema de homenagem a Orlando de Carvalho, não podendo deixar de o transcrever aqui uma vez mais.

A Hora do Tigre


Foi em vão que esperaste, loucamente,
essa hora do tigre desregrada
que te rasgasse o fundo de ti próprio.

Foi em vão que, sofrendo, imaginaste
essa hora do tigre que inventasse
o gesto de uma audácia ainda pura.

Foi em vão que, sonhando, construíste
uma hora do tigre que salvasse
de misérias, insídias, de traições,
das emboscadas torpes e fatais.

Soltaste, ainda em vão, o voo das águias
que fosse além de todas as montanhas
e nas asas do vento abandonasse
a secreta flor do teu destino.

Estavas preso entre nós, desamparado,
numa angústia sem margens que perdia
suas próprias raízes.

Só o extremo de tudo te bastava
na mais larga ambição de liberdade,
harpa de um sonho, som de violino,
ou asa do rigor de uma palavra.

Abriste cada gesto, em tempestade,
aos mistérios da luz, despovoados.
O mundo num poema e em cada verso
o secreto sabor da madrugada.

Foi na hora do tigre que ensinaste
a épica altivez de ser vencido
e num último voo ainda ousaste
o gesto de ir mais longe.

sábado, 4 de julho de 2009

Sondagens e política

1. Antes das eleições europeias, procurei manter um panorama actualizado e comparativo das sondagens que foram saindo. De acordo com o clamor público as sondagens enganaram-se redondamente. Também foi isso que me pareceu. Não partilho a suspeição de um propósito deliberado de distorção dos resultados. Inclino-me mais para a intromissão de um ou vários factores não previstos ou insuficientemente valorizados. Este aspecto central das sondagens não deve contudo fazer desaparecer por completo outros aspectos da sua divulgação.

Digo isto, a propósito dos célebres empates técnicos que regressaram agora nas notícias de alguns meios de comunicação social sobre os resultados da mais recente sondagem da Eurosondagem, dirigida á eleições legislativas.


De facto, recentemente foi difundida um resultado em que era atribuída uma vantagem de 1,3% ao PSD relativamente ao PS, e foi essa a notícia. Nesta segunda sondagem, o PS surge 2,1% à frente do PSD, o que para alguns meios de comunicação social foi designado por empate técnico. Basta esta comparação para se intuir para que lado estão a torcer esses órgãos de comunicação social. É uma subtil parcialidade talvez inócua, mas não deixa de o ser.


2. Quanto ao conjunto dos resultados em si próprios (PS: 35,1% - PSD: 33,0%- CDU: 9,7%-BE: 9,6%CDS-PP: 7,4%), para além da inversão de posições entre os dois partidos mais votados, há três considerações que me parecem relevantes. Em primeiro lugar, a soma do BE e do PCP desce ligeiramente , fixando-se nos 19,3%; em segundo lugar, a soma dos partidos de direita continua na casa dos 40%; em terceiro lugar, os três partidos de esquerda mantêm-se na casa dos 54%. Ou seja, as transferências de intenções de voto parecem ocorrer principalmente dentro de cada um dos dois blocos.


Por isso, o PS tem que declarar desde já que, em coerência com o que tem sido a agressividade do PSD, em face do seu Governo, e dada a demarcação essencial quanto à sua política, que tem assumido a Drª F.Leite, não viabilizará qualquer governo de direita. E assim ficará claro que a referida senhora tem muito poucas hipótese de vir a ser primeira-ministra após as próximas eleições.


De facto, se assim for , como aliás não pode deixar de ser, sob pena de fragmentação do PS, a Dama de Cinza só formará governo se a direita tiver maioria absoluta, ou se o BE e o PCP viabilizarem um governo minoritário de direita, o que me parece improvável e politicamente suicida para qualquer desses dois partidos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Fim da confusão ?


Afinal, pude ver no DC a posição de João Vasco Ribeiro que foi objecto do comentário do Henrique Fernandes. Pelo que li, está afastada uma das nuvens: o pré-candidato veio dizer que não queria passar a candidato.


Subsiste o embaraço de se ter envolvido um cidadão sem filiação partidária, mas que tem mostrado publicamente alguma proximidade com o PS, numa confusão que não pode deixar de o ter incomodado. São-lhe devidas desculpas.

Adivinha-se o risco de o labirinto continuar a labirintar. Mas se o PS de Coimbra sair desta encrenca sem precisar de respiração assistida, há algumas lições que merecem ser aprendidas e recordadas.

Primeiro: os lugares de candidatos em listas do PS não devem ser confundidos com oportunidades de fazer carreira, ou de ganhar um daqueles pequenos troféus que se penduram nas paredes da vaidade. Deve, pelo contrário, ser uma procura dos melhores, dos que já tenham um prestígio público adquirido, pela sua anterior vida cívica, científica, social, literária, artística ou profissional, daqueles que com a sua candidatura potenciem a força do PS, sendo o trabalho dos responsáveis o de os convencer a aceitar o encargo e o de lhes garantir apoio leal e efectivo.

Segundo: só pode fazer sondagens formais à disponibilidade de potenciais candidatos e, especialmente, convites, quem tiver mandato expresso ou estatuto formal que legitime essas iniciativas.

O que acabo de dizer parece óbvio. E é. Mas eu não acredito que, tendo eu tido conhecimento pessoal de, pelos menos, dois convites para integrarem candidaturas a autarquias de Coimbra, feitos por militantes que não tinham mandato nem competência estatutária para tal, só esses dois casos tenham ocorrido.

E que não haja ilusões: não basta pôr o carimbo do PS numa lista incaracterística para que os votos caiam no nosso bornal como por milagre. Não caiem e os eleitores vão ficando cada vez mais chateados com as confusões.

Por falar em confusão, espero bem que, neste caso, se consiga uma solução que não envergonhe. E, já que estamos a falar em candidatos, também espero que para as listas de candidatos a deputados, se cometa a proeza de fazer com que sejam uma agradável surpresa.

Um labirinto que labirinta


Recebi, por correio electrónico, um comunicado da CPC de Coimbra do PS respondendo a um alegado comunicado de João Vasco Ribeiro que não conheço. O assunto era o processo de escolha do candidato do PS à Câmara Municipal de Coimbra.

Registei os esclarecimentos factuais disponibilizados, mas senti que este labiríntico processo tem a estranha virtualidade de ir gerando sempre novos labirintos, numa girândola de confusões que parece querer acelerar até ao paroxismo.

Estranhei que tendo havido avocação do processo o Secretariado da CPConcelhia tenha continuado a escarafunchar num assunto que já não lhe diz respeito.

Parece-me que, depois de Henrique Fernandes, Presidente da Concelhia de Coimbra, se ter sentido obrigado a vir a público dar uma resposta a uma posição pública de um pré-candidato, seria um fecho verdadeiramente surreal ( diria mesmo, quase pernóstico), que fosse retirado o "pré" a essa personalidade independente.