quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Guitarras como tristeza



Numa velha página Web, dedicada ao Luis Cília, encontrei hoje uma referência a um poema meu, musicado e cantado por ele.
Tinha sido publicado na "Antologia de Poesia Universitária ", em 1964. Ouvi-o ser cantado, pela primeira vez, ainda antes do 25 de Abril, por intermédio de um disco chegado subterraneamente a Portugal. Que eu saiba, é o único poema meu que foi musicado. Talvez por isso e pelo seu registo de resistência, dou-lhe um particular valor afectivo.
Será por isso que me lembrei de o transcrever ?
O disco intitula-se :
"Portugal-Angola - Chants de Lutte"


O poema :
"Guitarras como tristeza"

Guitarras como tristeza
Não tocam
Fazem lembrar.

Trazem nas suas mensagens
Histórias dum povo exilado
Nas suas próprias cidades.
Trazem canções como mágoas
Invernos da Liberdade.

Guitarras muitas das vezes
São almas feitas de vento
Que de tragédias cantassem.

Guitarras vozes do povo,
Mensagens, sabor de exílio.

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