Breve
juízo sobre um juiz.
Associo-me ao coro de indignação suscitado pelo facto de um
juiz de um Tribunal da Relação ter fundamentado uma decisão sua com algumas
alarvidades. Alarvidades das quais transparece uma depreciação genérica das
mulheres, colocando-as num patamar inferior ao dos homens. Essa depreciação
traduziu-se, no essencial, na ideia de que o adultério praticado por homens era
um pecadilho que podia merecer um puxão de orelhas, quiçá cordial, mas o adultério
praticado por mulheres justificava, inevitavelmente, uma feroz carga de pancada.
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