1.Neste mesmo blog,
no fatídico dia 9 de outubro de 2007, prestei ao Fausto Correia uma primeira
homenagem. Eis o que então escrevi:
“fausto, um
grande abraço!
Tantas vezes homenageaste o Torga, que nesta hora extrema ele gostaria decerto de te poder também homenagear. E como podia fazê-lo melhor do que enviando-te um poema?
Pela nossa parte, eu e a Fernanda, aqui em casa, escolhemos ser mensageiros deste poema do Miguel Torga, para assim te darmos um abraço que é já de uma saudade sem medida.
Combate
Manhã do mundo que não amanheces!
Tantos poetas a cantar na sombra,
E nenhuma alvorada se anuncia!
Somos nós maus profetas no degredo,
Ou és tu, sol da vida, que tens medo
De iluminar a nossa profecia? “
Tantas vezes homenageaste o Torga, que nesta hora extrema ele gostaria decerto de te poder também homenagear. E como podia fazê-lo melhor do que enviando-te um poema?
Pela nossa parte, eu e a Fernanda, aqui em casa, escolhemos ser mensageiros deste poema do Miguel Torga, para assim te darmos um abraço que é já de uma saudade sem medida.
Combate
Manhã do mundo que não amanheces!
Tantos poetas a cantar na sombra,
E nenhuma alvorada se anuncia!
Somos nós maus profetas no degredo,
Ou és tu, sol da vida, que tens medo
De iluminar a nossa profecia? “
2. Poucos dias depois, 12 de outubro, reiterando a homenagem prestada, socorri-me
de um poema que o nosso camarada e poeta Gustavo Pimenta teve a amabilidade de
me enviar como comentário ao que acima transcrevo.
“Com o seu acordo, resolvi transcrever o
comentário enviado para este blog pelo meu amigo e camarada Gustavo Pimenta,
mensagem de fraternidade vinda do Porto, através de um poema de homenagem ao
Fausto Correia
Era um navio rumando à liberdade
como era
porto de abrigo em toda a tempestade
e era furacão rompendo a quietude
inquietando
a mansa hipocrisia da virtude
mas era
sobretudo
um porão imenso de amizade
que vamos enchendo
agora
e sempre
de saudade "
Fausto Correia
Era um navio rumando à liberdade
como era
porto de abrigo em toda a tempestade
e era furacão rompendo a quietude
inquietando
a mansa hipocrisia da virtude
mas era
sobretudo
um porão imenso de amizade
que vamos enchendo
agora
e sempre
de saudade "
3. Foi ontem e passaram dez anos. Continuas a passear
por entre nós, ouvindo as nossas piadas, sofrendo os nossos desgostos, ao nosso
lado nos labirintos da vida, divertido e fraternal, acompanhando os nossos
passos.
Perdes com todos nós, quando perdemos e respiras de alívio e
contentamento, quando ganhamos.
Dez anos passaram duramente sobre nós, cobrando
implacáveis o preço do tempo. Mas na memória tudo está escrito como se tivesse
sido ontem que te foste embora.
Não deixarias que te chorássemos. Preferirias um
simples abraço de fraternidade. Não consentirias em palavras de melancolia que
te colocassem no outono. Mas gostarias certamente que dez anos depois te continuássemos
a levar connosco por dento dos nosso sonhos.
É isso que acontece enquanto prosseguir a nossa
caminhada.
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