sexta-feira, 3 de julho de 2015

CAMINHAR PARADO - a sina de Sampaio da Nóvoa.


1.Sampaio da Nóvoa obteve o conforto político de receber o apoio público do Livre/Tempo de Avançar, tendo tido quase 80% dos 867 votantes que acharam dever pronunciar-se. Na consulta, competiu com Henrique Neto e com Cândido Ferreira, viu-se confrontada com uma Sr.ª Castanho de proveniência desconhecida e teve como principal adversário nas preferências dos votantes, com quase 8% dos votos, um candidato de direita (Paulo Morais). Os cerca de 700 apoiantes que se manifestaram fizeram murchar um pouco mais o significado do apoio de uma força política que tem reunido nas sondagens cerca de 2% das intenções de voto. Ou seja, manifestaram-lhe apoio menos de 10% dos cidadãos que se haviam inscrito para participarem nas primárias dessa força política, recentemente realizadas, e cerca de 1/3 dos que nelas votaram. Se procurássemos uma palavra para espelhar fielmente o acontecido, ela não seria decerto “entusiamo”.

2.Sampaio da Nóvoa aproximou-se, quiçá por ligeireza, de uma gaffe política cometida há algumas décadas por um dos seus público abençoadores. Estou a referir-me a Eanes, quando depois de ter recebido o apoio do PS ao tentar a sua reeleição, veio confessar publicamente a sua proximidade política com a AD, o que lhe custou a perda do apoio de Mário Soares, ainda que mantivesse a do PS como partido, receoso de ver Soares Carneiro em Belém.
Desta vez, a tentação de Nóvoa levou-o a afirmar publicamente, depois de ter estado na Convenção Nacional do PS, que também poderia ir a realizações semelhantes do PSD e do CDS se para tal o convidassem. A, por ele, tão procurada sombra de Eanes desta vez atingiu-o mesmo. Tivesse Sampaio da Nóvoa uma alergia menos intensa às prosaicas coisas da política e não teria certamente tido um tropeção tão semelhante ao de uma das suas mais sublinhadas referências; e tão conhecido por quem se interessa por essas coisas.

3. Numa recente sondagem, Sampaio da Nóvoa não chegava a ter o triplo das intenções de voto das que confluíam em Henrique Neto, um candidato politicamente irrelevante, destinado apenas a cumprir calendário. Perante os mais prováveis candidatos de direita as hipótese espelhadas pela sondagem eram para ele  pouco mais do que nulas. Apesar do entusiasmo do Candidato as coisas parecem não estar fáceis.

4. Mesmo que o PS resista a fazer o que deve ( ou seja, primárias para escolher qual o candidato presidencial  que decide apoiar), dificilmente irá apoiar um candidato que tão aceleradamente colecciona indícios de que será um candidato perdedor. Realmente, aceitar que o façam engolir um candidato inventado fora dele, sabendo-se de antemão que lhe oferecem uma derrota é politicamente suicida.

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