1.Sampaio da Nóvoa obteve o conforto
político de receber o apoio público do Livre/Tempo de Avançar, tendo tido quase
80% dos 867 votantes que acharam dever pronunciar-se. Na consulta, competiu com
Henrique Neto e com Cândido Ferreira, viu-se confrontada com uma Sr.ª Castanho de
proveniência desconhecida e teve como principal adversário nas preferências dos
votantes, com quase 8% dos votos, um candidato de direita (Paulo Morais). Os cerca
de 700 apoiantes que se manifestaram fizeram murchar um pouco mais o
significado do apoio de uma força política que tem reunido nas sondagens cerca
de 2% das intenções de voto. Ou seja, manifestaram-lhe apoio menos de 10% dos
cidadãos que se haviam inscrito para participarem nas primárias dessa força
política, recentemente realizadas, e cerca de 1/3 dos que nelas votaram. Se
procurássemos uma palavra para espelhar fielmente o acontecido, ela não seria
decerto “entusiamo”.
2.Sampaio da Nóvoa aproximou-se,
quiçá por ligeireza, de uma gaffe política cometida há algumas décadas por um
dos seus público abençoadores. Estou a referir-me a Eanes, quando depois de ter
recebido o apoio do PS ao tentar a sua reeleição, veio confessar publicamente a
sua proximidade política com a AD, o que lhe custou a perda do apoio de Mário
Soares, ainda que mantivesse a do PS como partido, receoso de ver Soares
Carneiro em Belém.
Desta vez, a tentação de Nóvoa
levou-o a afirmar publicamente, depois de ter estado na Convenção Nacional do
PS, que também poderia ir a realizações semelhantes do PSD e do CDS se para tal
o convidassem. A, por ele, tão procurada sombra de Eanes desta vez atingiu-o
mesmo. Tivesse Sampaio da Nóvoa uma alergia menos intensa às prosaicas coisas
da política e não teria certamente tido um tropeção tão semelhante ao de uma
das suas mais sublinhadas referências; e tão conhecido por quem se interessa
por essas coisas.
3. Numa recente sondagem, Sampaio da
Nóvoa não chegava a ter o triplo das intenções de voto das que confluíam em
Henrique Neto, um candidato politicamente irrelevante, destinado apenas a cumprir
calendário. Perante os mais prováveis candidatos de direita as hipótese
espelhadas pela sondagem eram para ele pouco mais do que nulas. Apesar do entusiasmo
do Candidato as coisas parecem não estar fáceis.
4. Mesmo que o PS resista a fazer o
que deve ( ou seja, primárias para escolher qual o candidato presidencial que decide apoiar), dificilmente irá apoiar um
candidato que tão aceleradamente colecciona indícios de que será um candidato
perdedor. Realmente, aceitar que o façam engolir um candidato inventado fora
dele, sabendo-se de antemão que lhe oferecem uma derrota é politicamente
suicida.
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