segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A TRAGÉDIA DO YPSILON


O grande dirigente Xis da organização Ypsilon resolveu deixar de o ser. Uma vez que a organização Ypsilon não é uma monarquia, ele não passou o poder  ao filho para lhe suceder. Mas indicou alguém. E inesperadamente indicou Zê e ßeta, e não apenas Zê ou apenas  ßeta. Como Zê é homem e ßeta é mulher pôs um casal à frente da organização, dizendo que isso se inscrevia no modo de agir próprio do século XXI.Não explicou porquê, mas se o disse lá terá as suas razões. 

Houve quem maldosamente insinuasse que ele apenas estava a procurar sugerir que para o substituírem na liderança da organização não era suficiente um outro mortal. Eram necessários, pelo menos dois. Se essa alegada  maldade, for afinal a verdade, isso significa que em tal organização não abundam potenciais dirigentes. E isso não é prestigiante. Se essa possível maldade o for realmente, da proposta de Xis não resultará nada de positivo para as imagens quer de Zê quer de ßeta, por que ficaria a saber-se que para Xis cada um deles vale apenas metade do que ele vale.

Embora sem o  mesmo eco, houve também quem visse nesta indicação de Xis uma tentativa de evitar uma guerra civil entre os vermelhos escuros e os vermelhos sombrios, duas tonalidades que arregimentam muitos dentro de Ypsilon. Talvez se trate de pura imaginação.

Mas entre os integrantes da organização Ypsilon começa a crescer uma ideia que pode ter algum sentido. Quem tem que decidir quem vai ser o futuro dirigente de Ypsilon (dizem esses irrequietos militantes), devem ser os seus membros, por sua livre iniciativa e por livre escolha, sendo completamente absurdo que Xis indique Zê, ßeta, ou seja lá quem for.Esses  ousados imaginativos teimam assim inesperadamente  em querer  escolher quem os vai liderar, sem testamentos políticos, sem bênçãos, nem ungimentos.

Não deixam de ser credores da minha simpatia. Realmente, aqui para nós que ninguém nos ouve, votações condicionadas, votações entre ungidos e os outros , votações entre os escolhidos e os outros, só muito vagamente têm algo a ver com democracia. 

E já agora imaginem que Ypsilon , em vez de ser o Bloco de Esquerda era o Partido Socialista?Quantos anátemas, quantas excomunhões...

4 comentários:

JGama disse...

Rui, felizmente não entra o Gama no teu abcedário (por um triz!).
Gosto especialmente do teu último parágrafo.

Rui Namorado disse...

Se a realidade me contar outra história talvez lá chegue, à tua letra.

Ou seja, agrada-te o choque de realidade...

Anónimo disse...

ÁH...Ora vejam lá como as coisas são...Um país governado pela TROYCA
Triunvirato - Um partido governado por uma dupla...parecendo que os outros são governados por singelos...Isto quer dizer alguma coisa... Vou iniciar um period o de medsitação... Olá se vou..!
respeitosamente de " O Catraio"

JGama disse...

Exatamente. O choque de realidade. Como ele nos desperta para tanta coisa que fica esquecida!