terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O Semeador de Ventos



Para o ano, comemoram-se os quarenta anos da crise de 1969. Será que o Ministro Mariano Gago está a preparar com antecedência uma reprodução actualizada e alargada dessa crise universitária?
Parece determinado numa inovação: desta vez não será só em Coimbra, mas em todas as Universidades públicas do país.
Nota-se ainda um detalhe de monta no acirramento do Ministro: está a extinguir metodicamente os apoios e as simpatias de que o PS dispunha na Universidade.
E esse cerco impiedoso aos socialistas que restam nas Universidades portuguesas pode parecer um episódio menor. Para nós que somos os cercados, é um drama absurdo. Para o PS, a longo prazo, pode ser um desastre irrecuperável.

6 comentários:

... disse...

"A partir de hoje e por muito tempo não haverá mais neste mundo vencedores mas apenas vencidos"

Anónimo disse...

Tens toda a razão. Há uma limpeza implacável a cair em cima de tudo quanto possa significar Maio-68 Coimbra-69. E são mesmo (o que é mais doloroso!) muitos dos actores ( não dos mentores) muitos dos actores de 69 agarrados ao esfregão das memórias.
Os donos do país querem continuar a ter um povo humilde, resignado e sonâmbolo... a quem basta muito futebol e alguma ração.... Que se há-de fazer? Continuar rebelde e guerilheiro da palavra......já que a canção se apagou perante o fado da nossa mesquinha saudade dos herois do sec. XVI....

Um abraço.

aminhapele disse...

E não é mais um " cerco" promovido de dentro e acentuadamente "selectivo"?

Anónimo disse...

RN à conversa:

O cerco não resulta de uma operação propositada. Resulta do erro nas polítcas públicas para a Universidade, no seu obtuso simplismo unidimensional, com ilusões de cosmopolitismo.

Anónimo disse...

Já nesse tempo fiquei com duvidas sobre a exaltação estudantil - se o efeito retroactor de vanguarda se a procura de um novo riquismo que de facto transpareceu após o 25 de Abril.
Nesse mesmo 69 estava enclausurado na masmorra militar do Forte da Graça em Elvas. Desculpem as minhas duvidas!

Anónimo disse...

Entre o gesto decisivo que salve a humanidade completa e definfitvamente e a apatia conformista saudosa quamto a esse gesto impossível, há uma diversidade enorme de possibilidades de acção.

Neste campo humano e imperfeito se situa a crise de 69. Alguns a secudarizam como é o caso de o anónimo anterior, outros a odeiam como é o caso dos conservadores e reaccionários, outros nunca a esquecerão como acontece com todos os que nela participaram e com os que vêem nela um alfobre de futuros.