É publicada hoje no CM uma sondagem da Aximage, respeitante às intenções de voto para as eleições europeias, que merece ser comentada. Comparando-a com outra feita há um mês, detectam-se algumas novidades. A abstenção sobe, as intenções de voto na aliança governamental (30,2%) e no PS (37,8%) descem, o mesmo acontecendo com a CDU(8,8%). Dos partidos com representação no PE, só o BE (6,3%) sobe. Dois novos partidos são considerados na sondagem: o MPT e o Livre. O primeiro chega a uns surpreendentes 4,3 %, aparentemente impulsionada pela popularidade do seu cabeça de lista; o segundo, modestamente abaixo do 1%, mostra bem os limites do seu ambicioso projecto de ressurreição de toda a esquerda. Ressalvada a hipótese de o MPT poder eleger um deputado, no essencial a relação de forças mantém-se.
Se compararmos os
resultados desta sondagem com as percentagens obtidas realmente pelos mesmos
partidos nas legislativas de 2011, verificamos que o BE está ligeiramente a
cima dos 5,17 % então obtidos; o mesmo acontecendo com a CDU em face dos 7,91 de então. O PS está quase dez pontos acima dos 28, 06 % que então obteve.
A coligação dos partidos do Governo está cerca de 20% abaixo dos 50,35 % (PSD- 38,65 + CDS – 11,7%)
alcançados em 2011.Quanto ao MPT, em 2011 teve apenas 0,41 %.
Se a comparação for feita com as eleições europeias de 2009,
verificamos que Paulo Rangel tem agora menos expectativas de votos, como líder
da coligação governamental, do que aqueles que teve então á frente apenas do PSD
( 31,71 %). Se acrescentarmos a este número
os 8,36 % que em 2009 teve o CDS, verificamos que a coligação governamental
perde cerca de 10 %, em face dos 40, 07
% dos votos obtidos então pelos dois partidos somados. Quanto ao PS ele tem a expectativa de superar em cerca de
12 % os 26,53 % então conseguidos. Já a CDU fica algo distante dos 10,64 então
obtidos e o BE muito longe dos 10,72 % atingidos em 2009. O MPT ficou-se então
por uns modestos 0,67 %.
Quer valorizemos uma quer outra das comparações, as expectativas da coligação governamental apontam para um resultado muito penalizador. No caso do PS, o nível de progressão em ambos os casos é bom, sem ser devastador. A CDU aponta para uma relativa estabilização eleitoral e o BE parte angustiado para a prova eleitoral do dia 25. O MPT, impulsionado pela exposição mediática do seu cabeça de lista, parece poder abrir a porta a uma alteração do xadrez político nacional, em próximas eleições.
Embora haja sondagens que dão um pouco mais de alento aos partidos do actual governo, outras aproximam-se desta. E é isso mesmo que nos ajuda a compreender o desespero que grassa nas suas hostes, visível no trauliteirismo da respectiva campanha e na forma descarada como os mandantes dos partidos de direita mobilizam recursos em prol da construção de cenários prospectivos optimistas, que possam levar a uma contenção de danos. Isso é aliás bem visível, na forma intelectualmente desonesta, através da qual os comentadores sousas, tentaram colocar como concorrente do PS, não cada um dos partidos do Governo, mas a soma de ambos. De facto, por temor de um desastre eleitoral histórico, somaram o PSD e o CDS, dando ao PS como meta a concorrência com a soma dos dois. Mesmo assim, parece que não conseguem evitar a derrota, mas procuram, pelo menos, disfarçar o seu dramatismo , forjando uma disputa entre, por um lado, um único partido ( o PS); e, por outro, a soma dos partidos do governo ( PSD+CDS).
Ora a verdade é que , politicamente, este governo ganha as eleições se atingir uma percentagem de votos que , a ser repetida nas legislativas, possa conduzir a uma nova maioria parlamentar dos dois partidos da direita. Perde-as, se o não conseguir. E a gravidade da sua derrota medir-se-á pela distância a que fique desse maioria, não por qualquer outro critério.Procurar medir a eventual derrota do actual governo pela distância a que fique do PS é uma grosseira mistificação intelectual. Isso será certamente um dado político relevante, a ter em conta na avaliação da relação de forças política pós-eleitoral,. mas não mais do que isso.
Quer valorizemos uma quer outra das comparações, as expectativas da coligação governamental apontam para um resultado muito penalizador. No caso do PS, o nível de progressão em ambos os casos é bom, sem ser devastador. A CDU aponta para uma relativa estabilização eleitoral e o BE parte angustiado para a prova eleitoral do dia 25. O MPT, impulsionado pela exposição mediática do seu cabeça de lista, parece poder abrir a porta a uma alteração do xadrez político nacional, em próximas eleições.
Embora haja sondagens que dão um pouco mais de alento aos partidos do actual governo, outras aproximam-se desta. E é isso mesmo que nos ajuda a compreender o desespero que grassa nas suas hostes, visível no trauliteirismo da respectiva campanha e na forma descarada como os mandantes dos partidos de direita mobilizam recursos em prol da construção de cenários prospectivos optimistas, que possam levar a uma contenção de danos. Isso é aliás bem visível, na forma intelectualmente desonesta, através da qual os comentadores sousas, tentaram colocar como concorrente do PS, não cada um dos partidos do Governo, mas a soma de ambos. De facto, por temor de um desastre eleitoral histórico, somaram o PSD e o CDS, dando ao PS como meta a concorrência com a soma dos dois. Mesmo assim, parece que não conseguem evitar a derrota, mas procuram, pelo menos, disfarçar o seu dramatismo , forjando uma disputa entre, por um lado, um único partido ( o PS); e, por outro, a soma dos partidos do governo ( PSD+CDS).
Ora a verdade é que , politicamente, este governo ganha as eleições se atingir uma percentagem de votos que , a ser repetida nas legislativas, possa conduzir a uma nova maioria parlamentar dos dois partidos da direita. Perde-as, se o não conseguir. E a gravidade da sua derrota medir-se-á pela distância a que fique desse maioria, não por qualquer outro critério.Procurar medir a eventual derrota do actual governo pela distância a que fique do PS é uma grosseira mistificação intelectual. Isso será certamente um dado político relevante, a ter em conta na avaliação da relação de forças política pós-eleitoral,. mas não mais do que isso.
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