sexta-feira, 2 de maio de 2014

CONTRACAPA DA VÉRTICE PROIBIDA PELA CENSURA - 1

1. Recentemente, repeti a publicação de frases da contracapa da revista Vértice que haviam sido divulgadas neste blog, a partir de 6 de  Fevereiro de 2010. Isso ocorreu com 21 das 50 frases que haviam sido difundidas nessa altura.

Hoje, vou iniciar a transcrição de uma série de dez frases aqui publicadas em  2011. No caso destas dez frases, trata-se de textos que a censura salazarista  proibiu.

Como então aqui disse, foi no espólio documental correspondente à primeira série da revista da Vértice, existente no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, que encontrei esses textos. Museu esse que, como aqui escrevi, “é o resultado de uma parceria feliz entre a associação que é a alma do Museu e a Câmara Municipal que soube incorporá-lo e acarinhá-lo. Uma parceria que oferece à cultura portuguesa um precioso instrumento, perpetuando muito justamente a memória de um dos mais importantes movimentos culturais do século XX português, o movimento neo-realista”.

Os números a que se vão referir são os que constam das provas censuradas, sendo por isso natural que na série das frases realmente publicadas surjam menções de números que repetem os que nesta série são referidos.

O facto de publicar de novo  esta série de textos da contracapa da Vértice, não impede que depois retome a série das frases efectivamente publicadas depois de vencerem o crivo da Censura.

Recorde-se que a primeira série a revista Vértice, se editou em Coimbra, entre Maio 1942 e Dezembro de 1986. A segunda série iniciou-se em Lisboa, em Abril de 1988, sob a responsabilidade da Editorial Caminho, e ainda hoje está em curso.

Como já disse neste blog : "Fiz parte da Redacção da revista Vértice, entre 1964 e [Dezembro de ]1974. (...) Durante dez anos, (...) integrei a redacção que se reunia na sede da revista na Rua das Fangas. As reuniões eram dirigidas por Joaquim Namorado, director de facto, que coordenava toda a vida da revista. (...) Durante cerca de ano e meio, cheguei mesmo a ser secretário da redacção da revista, como antes o haviam sido, entre outros, José Carlos de Vasconcelos e Fernando António de Almeida, e depois, viriam a sê-lo Carlos Fraião, Fernando Moura e João Seiça Neves”.


2. Eis a primeira da série de frases, destinadas à Contracapa da Vértice, cuja publicação a Censura na altura proibiu.


Vértice - Nº 341 – Junho de 1972

"São as classes chamadas superiores que têm perdido Portugal, serão as classes trabalhadoras, as mais humildes, mas as mais úteis e activas, as de maior fé e de maior dedicação, as que contribuirão para o salvar".

Afonso Costa (discurso parlamentar de 06/02/1907)

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