Valorizar Coimbra, é
ambição da candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal de Coimbra
encabeçada por Manuel Machado, a qual lidera um amplo leque de candidaturas a
todas as freguesias do concelho e à Assembleia Municipal de
Coimbra.
A ampla divulgação dos
seus aspetos mais relevantes, ao longo das últimas semanas, permite-me que aqui
apenas venha sublinhar alguns das partes do seu programa eleitoral ,
“Valorizar Coimbra” que se assume como uma estratégia nova e um compromisso de
futuro.
Vou desdobrá-lo em três
partes, publicando hoje a primeira.
O documento começa por
situar politicamente a candidatura: “Vamos liderar a Câmara Municipal de
Coimbra, na vigência de um governo de direita, cuja duração não está nas nossas
mãos. Dentro de uma Europa esquecida de si própria e do seu futuro, há em
Portugal um governo em vias de promover uma verdadeira regressão
civilizacional. Uma regressão que tem feito recuar a sociedade portuguesa para
patamares de injustiça degradantes, os quais configuram uma verdadeira
emergência social e ameaçam a coesão social, para além do que é comportável em
democracia.
Por isso,
os resultados destas eleições autárquicas significam muito mais do que o
habitual. Se o governo puder cantar vitória, a sua fúria predatória aumentará;
se for derrotado, sentir-se-á travado por uma verdadeira censura popular.
Em
Coimbra, um dos municípios nacionalmente mais emblemáticos, todos sabemos, com
base nas estimativas conhecidas, que ou será eleito como Presidente da Câmara o
candidato do governo ou o candidato do PS. Se ganhar o candidato do governo,
este irá usar essa vitória para nos agredir ainda mais. Se ganhar o candidato
do PS, a penalização política do governo será grande, podendo contribuir para
uma derrota nacional do governo que só poderá ser benéfica para todas as suas
vítimas. Por isso, há nestas eleições uma dimensão nacional que muito as
dramatiza e que nos dá uma vontade acrescida de as vencer.”
Segue-se
uma síntese introdutória que dá uma ideia geral do tipo de caminho que irá ser
percorrido na política autárquica pela
liderança socialista:
“ Coimbra é o nosso concelho. Tem como centro uma cidade lendária,
cuja universalidade foi reconhecida pela comunidade internacional. Assim, só
pode ter como desígnio um futuro digno do seu passado e enriquecedor da sua
identidade. Lugar de sucessivas juventudes, inconformadas e rebeldes, vai
aprender a gerar, cada vez melhor, um ambiente humanista e criativo.
Há de inscrever, por isso, no seu caminho o estimulante sonho de
ser, cada vez mais, uma cidade do conhecimento. Na verdade, só assim pode dar o
justo relevo ao facto de a sua imagem e a sua história estarem marcadas pela
Universidade de Coimbra. É, por isso, um município muito especial, que precisa
de valorizar o seu passado, caminhando com ousadia para o futuro.
Mas toda esta proximidade com os mais largos horizontes é fruto do
trabalho e da sabedoria das pessoas concretas que aqui viveram e vivem. Por
isso, encaramos o município de Coimbra como um processo de desenvolvimento
específico, ambiental e socialmente sustentável, bem afastado de qualquer
economicismo redutor. Integram o nosso projeto autárquico, quer o respeito pela
biodiversidade e pela perenidade dos recursos naturais, quer a solidariedade
social em todas as suas dimensões.
Como princípio ativo desse processo, valorizamos as suas
potencialidades como cidade atrativa. Para isso, pugnamos por uma mudança
profunda na sua atitude, quer para com os seus habitantes, quer para quem a
procura para nela estudar ou trabalhar, quer para com os visitantes. Do mesmo
modo, abriremos novas vias de captação de investimentos produtivos,
incentivando-os e acolhendo-os amigavelmente. Essa mudança criará condições
objetivas de estímulo à criatividade, ao talento e ao progresso do
conhecimento, quer no plano individual, quer no plano coletivo. Paralelamente,
incentivaremos os investimentos que melhor se coadunem com o nosso horizonte
estratégico, sem prejuízo de uma nova aposta nos investimentos éticos e solidários.
Só assim se estimulará um maior afluxo de juventude a Coimbra. Simetricamente,
criaremos novas condições, para que a população sénior altamente qualificada
que aqui vive interaja com a juventude numa sinergia sistemática, humanizante e
fecunda.
A cidade acolhedora por que almejamos só o poderá ser
verdadeiramente se assumir uma lógica efetivamente participativa que envolva os
munícipes, como protagonistas ativos de um processo de desenvolvimento
sustentável.
Mas esse processo não é uma aventura isolada. Pelo contrário,
contamos com as vizinhanças geradoras de parcerias solidárias, materializadas
em interações qualificantes, assentes na cooperação intermunicipal. E achamos
positivo que o nosso município seja um parceiro ativo, em redes sucessivamente
mais amplas. Desde os concelhos mais próximos até às cidades mais distantes
situadas no centro do país, desde as cidades geminadas até quaisquer outras que
connosco partilhem características ou desígnios, na região centro, na Europa ou
no mundo, a todos daremos atenção, apostando em redes de cooperação, geradoras
de um cosmopolitismo compatível com aquilo que somos.
Como qualquer outro município, não somos uma ilha fechada que
escape ao cerco insalubre do actual governo. Um governo apostado em levar até
ao extremo do desastre a sua agenda neoliberal, que castiga o povo, despreza os
cidadãos, acentua as desigualdades, confisca o futuro, esquece a justiça,
caminhando para um retrocesso civilizacional, insuportável e negro. Sofrendo o
cerco e o garrote deste poder central, não nos conformamos com ele. Queremos
ser um foco de resistência a essa deriva, ocupando no aparelho de Estado o
lugar institucional que a Constituição nos garante, ao lado dos que aqui vivem.
Para tão exaltante empreendimento, esta candidatura conta com uma
equipa de cidadãos com competências diversificadas e reconhecidas, há muito
civicamente despertos, tecnicamente preparados e politicamente determinados a
lutar por um concelho e uma cidade que correspondam às aspirações dos
munícipes. E isso só poderá acontecer se abrirmos caminho à felicidade dos
cidadãos, o que pressupõe uma cidade mais justa e acolhedora."
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