[ Divulgo hoje o texto através do qual manifestei o meu apoio a Maria de Belém como candidata às próximas eleições presidenciais.]
Apoio Maria de Belém como candidata à
Presidência da República
A notícia de que Maria de Belém
Roseira se candidata à Presidência da República é uma boa notícia para todos
aqueles que veem na Constituição da República Portuguesa uma carta de navegação
irremovível, que o nosso povo segue na sua grande viagem coletiva. Está aí o
vetor essencial das razões pelas quais apoio a sua candidatura.
Mas apontam no mesmo sentido,
quer a proximidade politico-ideológica, quer a riqueza da sua trajetória de
intervenção política, quer a sua larga experiência de intervenção social, quer
a serenidade, a inteligência e a firmeza que evidenciou na sua vida pública.
Há políticos que trovejam para
esconjurar o medo de não estarem á altura das suas próprias convicções, por
sentirem frágil e quebradiça a fidelidade aos seus próprios valores. Gritam a
sua autenticidade porque afinal desconfiam dela. Proclamam-se de aço por
recearem partir-se como se fossem de vidro.
Maria de Belém pode dar-se ao
luxo de ser serena, porque se sabe impregnada por uma firmeza de convicções e de
atitudes que tecem uma autenticidade que é para si uma vivência natural. É essa
autenticidade que nos garante que na chefia do Estado estará inteira, sem
simulações nem dissimulações, sem renunciar á sua identidade, mas sem cair nas
areias movediças do presidencialismo partidário. Enfim, será um antídoto adequado e regenerador para o
envenenamento político da nossa democracia, que temos sofrido ao longo dos
mandatos do atual Presidente.
Apoio Maria de Belém, porque
confio na marca progressista do seu mandato, na sua identificação profunda com
a nossa Constituição. E se é certo que estará ao nível dos mais altos padrões
de fidelidade à Constituição no plano político-institucional e na esfera
económica, será no terreno dos direitos sociais dos cidadãos e das instituições
sociais que Maria de Belém poderá deixar as sementes mais promissoras e
impulsionar o rasgar de novos horizontes. Novos horizontes traduzidos num
preenchimento decididamente maior das virtualidades da nossa Constituição
social.
Não que se deva esperar,
naturalmente, que Maria de Belém na Presidência da República se transforme num
agente direto da intervenção social e da economia social, mas deve valorizar-se
o facto de passar a estar ao seu alcance
um impulso simbólico muito relevante na conquista de prestígio, legitimidade e
visibilidade, por parte dessas práticas e dessas entidades. E também, é claro, o
exercício de uma magistratura informada de influência, em face dos
protagonistas do poder político a quem caiba agir nesse terreno, estimulando-os
e travando qualquer possível pulsão negativa conducente à descaraterização ou à
desconsideração dessas áreas. A biografia cívica de intervenção social de Maria
de Belém permite que com realismo se possa esperar dela, especialmente neste
campo, um forte impulso rumo a uma qualidade de vida melhor para os
portugueses.
A sua biografia cívica no plano
social mostra como sempre foi sensível à necessidade de respostas imediatas aos
problemas mais cortantes que afligem o nosso povo e como isso nunca significou
uma solidariedade que se conformasse com a eternização da sua própria
necessidade. Pelo contrário, sempre soube valorizar os seus destinatários como
cidadãos, como pólos de uma solidariedade democrática que não renunciam a
inscrever também na luta por uma sociedade mais justa. É assim realista
esperar-se de Maria de Belém, principalmente neste campo, que ponha em prática aquilo que os
outros candidatos não são sequer capazes de pensar e de sentir com
autenticidade.
Outros sublinharão outras razões
como aquilo que os move no apoio a esta Candidatura. É natural. Isso só mostra
a riqueza política que lhe subjaz e a abrangência que a caracteriza.
Rui Namorado
Rui Namorado
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