Uma breve expedição ao espaço televisivo Judite/Carreira. Resultado: pior do que o esperado. Ornamento circunstancial: um catedrático de direito/a, pernóstico e pesadão. Resultado: uma náusea enorme!
Três elegantes dentaduras ferradas na Constituição. Toneladas de lama simbólica sobre o povo português, querendo parecer que se estava a defendê-lo. Mas, realmente, o alvo verdadeiro, sob a aparente ferocidade dos insultos à política, eram os portuguesinhos.
Carreira, no paroxismo de uma insólita raiva, queria um holandês no Terreiro do Paço, a vigiar-nos. O trio, no seu todo, confluía desvairadamente, no apagamento do feriado do primeiro de Dezembro , alegando que Portugal já não era independente. Um frio “miguelvasconcelista” arrepiou o ecrã televisivo.
Estava ali, em estado puro, o salazarismo do século XXI: uma síntese alucinada de um reaccionarismo hipócrita e do eco do que há de mais sórdido e mesquinho no senso comum popularucho e desbussolado. Um senso comum que, tragicamente, exprime e reforça a submissão da algumas das vítimas aos interesses dos senhores dos poderes de facto económicos , à sombra da ilusão de que está a ser feroz contra quem manda, quando afinal apenas está a morder às ordens de um seu autêntico dono que desconhece.
E, no entanto, há gente decente, de direita e não só, que tem aceitado ocupar um lugar de circunstância em tal circo. Uma ave que deveria, quando muito, ser um case study de confusão mental, talvez apimentada com uma raiva esquisita, conquistou um lugar de honra no circo mediático. Mas o regime político que exprimiria, com fidelidade e rigor, as posições que ali ouvi , nada teria a ver com a democracia. Realmente, a ser alguma coisa de identificável só poderia ser um verdadeiro salazarismo do século XXI.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
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1 comentário:
Catárse para quem não tem tempo de fazer a sua própria. Infelizmente vem anexa uma unilateral carga ideológica.
José Lacerda Fonseca
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