segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

UMA MELANCÓLICA EQUAÇÃO POLÍTICA


Há uma equação política que vale para qualquer partido, ganhando um relevo acrescido quanto aos partidos de esquerda. Ela pode identificar-se mais ou menos assim: um governo não pode agir sistemática e continuadamente ao arrepio dos sentimentos, das opiniões, das ideias e dos interesses do seu eleitorado mais fiel, mas principalmente da sua base social de apoio histórica. Se o fizer corre o risco, não só de sofrer um enorme desastre eleitoral, mas também de quebrar o elo de identificação ideológica, simbólica e afectiva com o cerne da sua base social, abrindo assim a porta a que uma outra organização ocupe esse lugar ou uma significativa parte dele. Isto, sem excluir o risco de uma pura e simples dispersão dessa sua base social, que assim ficará politicamente anulada, pelo menos , no plano institucional.

Se acontecesse hoje, isso ao PS em Portugal, a direita,forte dessa nova vantagem estratégica, por certo, não resistiria à tentação de procurar anular o 25 de Abril, como sempre tem querido.

Se isso ocorresse, no plano Europeu, ao PSE, a prazo, a União Europeia correria o risco de implodir, ou de subsistir melancolicamente como um museu triste da Eurásia.

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