Caloroso ambiente de combate, bandeiras desfraldadas, discursos fortes. Foi a sessão dedicada ao lançamento da Comissão de Honra da candidatura presidencial de Manuel Alegre. Maria de Belém, Jorge Sampaio, Manuel Alegre, fizeram-nos ouvir palavras limpas, complementares, intensas.
A esperança não é um território perdido. É possível evitar a sombra do recavaquismo. É indispensável. Não se pode deixar crescer mais a arrogância da direita, banhada por uma tecnocracia economicista, com a qual se julga blindada. Não se pode deixar crescer ainda mais essa direita melíflua, disposta a suportar molemente a vergonha de todos os "diktats", desde que sejam da responsabilidade do que resta de imperial no xadrez europeu, do poder frio do dinheiro ou das sombras autoritárias dos poderes de facto. Uma direita como sempre preparada para balir como um cordeiro perante os predadores internacionais que nos cercam e para rugir como um leão contra o seu próprio povo.
Manuel Alegre, Presidente : é uma oportunidade única para um regresso do povo de esquerda à sua enorme força de se mover em conjunto, ao mesmo tempo, para o mesmo lado. É uma oportunidade, não é uma oferta. É um objectivo possível, não é uma certeza. É o oxigénio que todas as esquerdas podem respirar, sem terem que deixar de ser elas próprias.
Manuel Alegre, Presidente: é a muralha que nos protegerá dos bárbaros, que, mesmo com os seus ouropéis coloridos e tonitroantes, não conseguem esconder a sofreguidão com que procuram salvar-se, à custa de um retrocesso civilizacional, que começaria por afundar os povos, para depois arrastar na sua voragem o volátil conforto dos senhores.
Manuel Alegre, Presidente: não é a oportunidade de um poeta, nem o destino de um combatente. É a oportunidade de o povo de esquerda regressar à sua viagem.
4 comentários:
Força nesse apoio, a oportunidade de termos alguém na Presidência da República que saiba responder ao presidente checo, é única! Cavaco foi enxovalhado duas vezes em público e deixou o anfitrião sem a resposta que os portugueses queriam que tivesse dado.
Saudações: http://rendarroios.blogspot.com
Muito bem, Rui.
Sentiu-se algo de novo naquelas três intervenções, e que ainda não tinha sido dito com aquela clareza e densidade, ao mesmo tempo.
O que seria deste país com alegre na PR?
Um desastre...
Desastre para a maioria dos portugueses seria continuar Cavaco na presidência.
Mas para a direita seria um bálsamo...
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