Os arautos de teorias de salvação nacional proliferam. Alguns podem até ser, psicologicamente, democratas sinceros, mas todos têm uma estrutura de pensamento marcada pelas suas origens, como apaniguados mais ou menos discretos ou simples pajens do velho salazarismo.
Por isso, têm tanta destreza a desenhar cenários aparentemente diversificados, mas onde se surpreende sempre um denominador comum: alguém por acto de vontade própria, de preferência um sujeito providencial, mas podendo ser um poder de facto instituído internacionalmente, sem a preocupação de se basear no seu consentimento democrático, virá dizer aos portugueses o que têm que fazer, distribuindo entre eles arbitrariamente sacrifícios e proveitos.
Ignoram assumidamente as diferenças ideológicas, quando se propõem impor a sua vontade, fingindo não perceber que mesmo isso já reflecte, por si só, uma opção ideológica específica. E, claro: dispensam-se inexplicavelmente de esclarecer por que razão se julgam infalíveis e pensam que os outros estão totalmente errados, até ao ponto de lhes poderem impor o seu caminho.
Uns desembainham um futuro Cavaco de hipotético segundo mandato, finalmente em condições de ser igual a si próprio, gélido e autoritário, preparando-se para salvar os portugueses de si próprios, não hesitando para isso em vestir a pele sombria de um salazar do século XXI.
Outros, mais modernizados, limitam-se a ansiar por um impessoal FMI que desagúe implacavelmente em Portugal , armado pela alegada objectividade do que lhe terão dito os seus números, talvez para virem repetir entre nós mais um dos seus recorrentes erros causadores de desastres.
Uns e outros, sozinhos ou misturados, armados pela fé da direita de sempre ou crédulos na imensidão da sua escassa ciência, por mais que se revistam de palavras mansas e vaticínios amargos, descontada a sua melíflua generosidade de superfície, quando exista, trilham afinal o mesmo caminho em que o fantasma de salazar insiste, aprisionado no seu providencialismo autoritário e cego pela novidade de um século que apenas começou.
Por isso, têm tanta destreza a desenhar cenários aparentemente diversificados, mas onde se surpreende sempre um denominador comum: alguém por acto de vontade própria, de preferência um sujeito providencial, mas podendo ser um poder de facto instituído internacionalmente, sem a preocupação de se basear no seu consentimento democrático, virá dizer aos portugueses o que têm que fazer, distribuindo entre eles arbitrariamente sacrifícios e proveitos.
Ignoram assumidamente as diferenças ideológicas, quando se propõem impor a sua vontade, fingindo não perceber que mesmo isso já reflecte, por si só, uma opção ideológica específica. E, claro: dispensam-se inexplicavelmente de esclarecer por que razão se julgam infalíveis e pensam que os outros estão totalmente errados, até ao ponto de lhes poderem impor o seu caminho.
Uns desembainham um futuro Cavaco de hipotético segundo mandato, finalmente em condições de ser igual a si próprio, gélido e autoritário, preparando-se para salvar os portugueses de si próprios, não hesitando para isso em vestir a pele sombria de um salazar do século XXI.
Outros, mais modernizados, limitam-se a ansiar por um impessoal FMI que desagúe implacavelmente em Portugal , armado pela alegada objectividade do que lhe terão dito os seus números, talvez para virem repetir entre nós mais um dos seus recorrentes erros causadores de desastres.
Uns e outros, sozinhos ou misturados, armados pela fé da direita de sempre ou crédulos na imensidão da sua escassa ciência, por mais que se revistam de palavras mansas e vaticínios amargos, descontada a sua melíflua generosidade de superfície, quando exista, trilham afinal o mesmo caminho em que o fantasma de salazar insiste, aprisionado no seu providencialismo autoritário e cego pela novidade de um século que apenas começou.
1 comentário:
Caro Rui Namorado,
Fiz link para "A Carta a Garcia".
Obrigado.
OC
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