domingo, 4 de outubro de 2009

Viva a República!



No ano passado e há dois anos, para comemorar o 5 de Outubro de 1910, transcrevi neste mesmo blog um poema da minha autoria, publicado no livro "Nenhum lugar e sempre"(2003). Repito-o numa homenagem idêntica.




República




És a estátua do vento e das palavras

que inventamos ousadas e inteiras.


Foste penhor secreto de uma voz

desvendada em todos os caminhos.


Deusa das ruas e de muitas praças,

és um ofício, paciente e puro.


Olhaste além de nós, além do medo

e foste além de todas as fronteiras.


Há uma lenda inscrita no teu rosto:

és sonho esculpido em aventura.


Suavemente, guardas este povo,

num gesto de ternura, em tuas mãos.


E alguém deixou abertos no teu rosto

os traços fugidios da liberdade.

1 comentário:

JG disse...

Obrigado, Rui, por teres enviado o teu belo poema.