A notícia, embora santamente, explodiu: o Papa vai resignar.
O novo Papa vai ser eleito, embora apenas pelos cardeais com menos de 80 anos.
Estimulado pela notícia, o meu pensamento, imprevisível e
incontrolável, deu um salto inesperado e foi cair dentro do PS, o meu partido.
Se mesmo a Igreja Católica para escolher o representante de
Deus na terra aceita a incerteza arejada de uma escolha por eleição, embora num
círculo restrito, por que razão um partido laico e desejavelmente terreno, como
o PS, não se conforma com a necessidade de escolher em eleições primárias
abertas a todo o povo socialista, quer os seus candidatos presidenciais, quer os seus
candidatos a Presidentes das Câmaras, bem como os seus candidatos a deputados europeus e
nacionais?
E no entanto há quase dez anos eu e muitos outros
socialistas temos vindo a pugnar tenazmente por isso. E no entanto num número
de casos cada vez maior vários partidos
irmãos têm vindo a enveredar por esse caminho através do mundo.
Novo salto inesperado do meu pensamento: talvez a eleição de
um novo Papa tenha como efeito colateral virtuoso convencer os poderes internos
do PS a seguirem o sábio caminho das eleições primárias para escolha dos
candidatos por si apoiados.
3 comentários:
Oh meu caro como eu te entendo. Mas isso provocaria um indesejável recuo. Um recuo tremendo naquilo em que os partidos, capturados pelos respectivos aparelhos, se tem vindo paulatinamente a tornar: uma máquina que trate dos problemas da República, dos cidadãos, se possível, mas... mas depois daquilo que é mister principal, o seu core business, tratar da "nossa" carreira, da "nossa" vidinha.
Era, era uma medida importante mas que rapaz que tenha feito carreira na Jota, ou nas autarquias pode concordar? Claro que há excepções e conheço algumas, mas tão poucas... Abraço
O aparelho pode resisitir. E resiste.Mas nós podemos não desistir. E não desistiremos.
Abraço.
Até a igreja tem aparelho, que coisa esta do aparelho...Me parece
que os homens TODOS ELES,SÃO FAZEDORES de APARELHOS.
Faz-me lembrar certos coletivistas de todos os matizes que para melhorar a democracia interna,lembraram deixar o Centralismo Democrático, e contudo o mal continua!
Errar É humano, dizem, mas acertar também o é! Então acertemos...
com respeito de "O Catraio"
Enviar um comentário