a música desceu a Rua dos Coutinhos
e ali ficou atrapalhada e triste
à espera do Zé Niza
vieram depois palavras
versos perdidos
poemas espantados
uma enorme sombra de saudade
o Zeca , o Adriano, foram vistos
com os braços caídos
não se sabe se por eles próprios
se pela chegada brusca
de um amigo
há um silêncio novo nesta Baco
onde um dia Vinicius navegou
ouvindo-se a guitarra do Niza
os anos sessenta regressaram
ainda em aberto, vagarosos
olhando o nevoeiro
que se agrava, quando
mais um se cansa e vai embora
é mais funda em Coimbra
esta saudade que desce no Mondego
repetida
não dizemos adeus não dispersamos
exilados no tempo não esquecemos
a nossa memória é o futuro
[ Rui Namorado]
2 comentários:
Muito bem Rui. Associo-me à homenagem que aqui prestas ao Zé Niza.
Caro amigo,
tomámos a liberdade de republicar o seu poema de homenagem ao José Niza no nosso blogue.
Obrigado e um abraço
P.S. Dia 2 de Junho, já este Sábado portanto, teremos Centenário. Apareça.
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