Uma esgrima de ruídos cruzados que reflecte o que é secundário. Um silêncio de chumbo sobre o essencial. Dois conservadorismos lutam, arrastadamente, entre si. Estamos em Coimbra, estamos no PS. Uma épica melancólica ficciona entusiasmos.
Uma girândola de pequenas razões ocupa a ribalta. Ocasos e alvoradas de “grandes” carreiras prometem-se e receiam-se. Discursos previsíveis visitam-se mutuamente, carregados de hostilidade. Penosas listagens de apoios concorrem entre si numa rotina apagada. Discretas ausências marcam distâncias. Há uma contabilidade cinzenta de jantares que sugere uma penosa relação de forças. Um silêncio de chumbo sobre o essencial.
É nesta melodia de Outono, ancorada no passado, que se tece uma ilusão de futuro. Estamos em Coimbra. Estamos no PS. Algum de nós não terá ao menos uma gota de culpa?
O Olimpo parece querer trovejar para o lado contrário do que é habitual. Mas não se percebe porquê. Também ele parece aprisionado em pequenas razões, em cálculos sem horizonte. A política parece exilada. Socialismo é uma palavra ferida de silêncio. Esperança é uma burocracia de lugares comuns, uma retórica de glórias improváveis, uma monotonia de palavras gastas.
Parece disputar-se uma corrida para lugar nenhum. A vitória é uma bandeira ainda desfraldada, mas já sem entusiasmo, como se cada um se receasse vencedor de uma corrida que perdeu o sentido. A vitória é uma ambição afixada, mais porque é essa ânsia de vencer que se espera das rotinas instituídas do que pela força de uma ambição de abrir um novo tempo.
Respira-se uma melancolia de fim de tarde, discreta e vagamente outonal. Estamos em Coimbra. Estamos no PS. E, olhando sem acrimónia também para mim próprio, pergunto de novo: algum de nós não terá também , pelo menos, uma gota de culpa ?
Uma girândola de pequenas razões ocupa a ribalta. Ocasos e alvoradas de “grandes” carreiras prometem-se e receiam-se. Discursos previsíveis visitam-se mutuamente, carregados de hostilidade. Penosas listagens de apoios concorrem entre si numa rotina apagada. Discretas ausências marcam distâncias. Há uma contabilidade cinzenta de jantares que sugere uma penosa relação de forças. Um silêncio de chumbo sobre o essencial.
É nesta melodia de Outono, ancorada no passado, que se tece uma ilusão de futuro. Estamos em Coimbra. Estamos no PS. Algum de nós não terá ao menos uma gota de culpa?
O Olimpo parece querer trovejar para o lado contrário do que é habitual. Mas não se percebe porquê. Também ele parece aprisionado em pequenas razões, em cálculos sem horizonte. A política parece exilada. Socialismo é uma palavra ferida de silêncio. Esperança é uma burocracia de lugares comuns, uma retórica de glórias improváveis, uma monotonia de palavras gastas.
Parece disputar-se uma corrida para lugar nenhum. A vitória é uma bandeira ainda desfraldada, mas já sem entusiasmo, como se cada um se receasse vencedor de uma corrida que perdeu o sentido. A vitória é uma ambição afixada, mais porque é essa ânsia de vencer que se espera das rotinas instituídas do que pela força de uma ambição de abrir um novo tempo.
Respira-se uma melancolia de fim de tarde, discreta e vagamente outonal. Estamos em Coimbra. Estamos no PS. E, olhando sem acrimónia também para mim próprio, pergunto de novo: algum de nós não terá também , pelo menos, uma gota de culpa ?
2 comentários:
Eu tenho culpa, mas vtu também tens! Aliás, todos temos!
Foi o que eu pretendi dizer, na parte que me toca.
O problema é que os mais culpados dificilmente estão dispostos a admiti-lo.
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