sexta-feira, 25 de abril de 2014

O 25 de abril, 40 anos depois


O 25 de abril, 40 anos depois


Nessa noite nascida iluminada
foram cravos armados que subiram
pelas ruas mais tensas e perigosas.

E a esperança espreguiçou-se pelo povo,
como se fosse o sonho da verdade.

As portas do tempo abandonaram
o amargo sabor de haver limites
e tudo foi além do infinito.

Mas as sombras vencidas  nesse abril
voltaram à frieza dos seus nortes,
velhas aves da noite e de rapina.

Os dedos das colheitas estão perdidos,
nas searas que o tempo abandonou.

Peregrinos dos tempos que hão de vir
foram cravos armados que inventaram
a nova dimensão de ser soldado.

Mas os anos esqueceram a viagem
que sempre  nos levava  a outro lado.

Somos agora aquilo que perdemos,
mensageiros do vento que  não passa.
             

 ( Rui Namorado, 25 de abril de 2014 )

1 comentário:

Anónimo disse...

O vento irá sempre passar nas portas da liberdade.
Recomendo:
http://carrovazio.blogspot.pt