A revista Vértice, fundada em Coimbra no início dos anos 40 do século
XX, teve a sua sede nesta cidade até meados dos anos oitenta. Revista do
racionalismo moderno, como então se designava, para se identificar sem agravar
o risco de ser extinta; ou seja, revista marxista de cultura, participou na
resistência crítica ao fascismo até ao 25 de Abril de 1974, sendo considerada
uma das mais relevantes instâncias de afirmação do neo-realismo em Portugal. Hoje,
continua a publicar-se, estando sediada em Lisboa. Entre 1964 e 1975 pertenci à
sua Redação.
Habitualmente, na contracapa de cada número da revista era publicada uma pequena frase, um pequeno
texto, o extracto de um poema, que se inserisse significativamente na
conjuntura que se atravessava. Falo dos tempos anteriores ao 25 de Abril.
Estando também sujeita ao crivo da Censura
Prévia, mas não fazendo sentido ser anódina, tinha que resultar de uma
escolha subtil. Há alguns anos publiquei neste blog algumas dezenas delas. Vou voltar a publicar aqui algumas delas.
Cingir-me-ei, como antes, ao período anterior ao 25 de Abril. Não
seguirei qualquer roteiro cronológico; apenas transcreverei , aleatoriamente,
textos que tenham sido publicadas na contracapa da revista Vértice,
mencionando, naturalmente, o número e a respectiva data, com transcrição
literal do que foi publicado.
Vértice nº 199 - Abril de 1960
"Desgraçado daquele estado em que o homem tem a certeza de não ser algum dia mais do que é hoje".
"Desgraçado daquele estado em que o homem tem a certeza de não ser algum dia mais do que é hoje".
Padre António Vieira
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