Memória de
um dia limpo – 17 de Abril de 1969
A sombra
do olvido não murchou
a glória sempre aberta dessa dia.
A saudade
inventa o que é mais novo
na sombra da memória que sonhámos.
Foram homens de negro a desabar
no coração de espanto desse dia.
E um cerco de ferro foi lançado
num garrote de medo e crispação.
Os soldados da noite enegreceram
a sombra das palavras por dizer.
Mas houve uma palavra incendiada
dizendo-se na própria liberdade.
e o
sórdido milhafre ficou mudo
fechado em sua enorme solidão.
Um quadrado de raiva fez-se vento
e os
muros começaram a cair.
(17 de Abril de 2024)
1 comentário:
Excelente Rui!
Muito Obrigado
Um abraço
José Veloso
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