Cinquenta
anos do 17 de abril
a sombra dos outonos vai cobrindo
as cores da memória em movimento
música distante     verso lento
glória de inventar o que há de vir
o tempo desliza     docemente
veneno que não dói e incendeia
longe de tudo     aqui    
no meio de nós
vivem dias que fomos    num só dia
aí deitámos fogo à planície
sem ódio ou vingança    sem perdão
fugiram os corvos da desgraça
esquecidos do próprio movimento
baixaram-se as pontes dos castelos
que fechavam todos os caminhos
alguém nos pôs na mão um fruto imenso
que guardámos sem medo
olhamos para trás     e é futuro
olhamos para a frente    e somos nós
                                    [Rui  Namorado]

 
 

 
 


 
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