terça-feira, 24 de março de 2015

Homengem Convencional a Herberto Helder



Homenagem convencional a Herberto Helder


Palavras são coisas vestidas de palavras
e as coisas são sereias vestidas de mulher.

Versos são viagens para todos os lugares,
eterno o desespero de não querer chegar.

Mastiga com delícia os sabores proibidos,
ouvindo-os com prazer, como se os fosses pintar.

Só então o poema inventa o universo,
em sílabas de sombra ou colheitas de luz.

A vida é um desejo que desce pelos braços,
dizendo-se infinita como se fosse morrer.

E no princípio de tudo houve um Palácio,
um hálito do vento e da Loucura.

Sais da vida, do tempo e da saudade,
e tudo o que acabou vai começar.


 [Rui Namorado- 24 /03 /2015]

 

4 comentários:

JGama disse...

Magnífico poema!

Rui Namorado disse...

Nem sei se o Zé Gama é o meu comentador mais amigo ou meu amigo mais comentador.

Anónimo disse...

Muito bom!
Um abraço
José Veloso

b m disse...

Rui, porquê homenagem " CONVENCIONAL" ? Siceramente, não entendi. Um abraço.