Homenagem convencional a Herberto Helder
Palavras são coisas vestidas de palavras
e as coisas são sereias vestidas de mulher.
Versos são viagens para todos os lugares,
eterno o desespero de não querer chegar.
Mastiga com delícia os sabores proibidos,
ouvindo-os com prazer, como se os fosses pintar.
Só então o poema inventa o universo,
em sílabas de sombra ou colheitas de luz.
A vida é um desejo que desce pelos braços,
dizendo-se infinita como se fosse morrer.
E no princípio de tudo houve um Palácio,
um hálito do vento e da Loucura.
Sais da vida, do tempo e da saudade,
e tudo o que acabou vai começar.
[Rui Namorado- 24 /03 /2015]